Tentativa de golpe: Moraes opta por não usar áudio de policial sobre 'matar meio mundo' em julgamento
Wladimir Soares e outros 11 militares serão julgamento pela Primeira Turma do STF nesta terça (20)

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, afirmou que os áudios do policial federal Wladimir Soares que, em 2022, disse haver um grupo disposto a "matar meio mundo" para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder não serão considerados no julgamento desta terça-feira (20). Segundo o magistrado, o material não traz fatos novos.
A Primeira Turma da Corte julga hoje se aceita a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra esse policial federal e outros 11 militares acusados de tentativa de golpe de Estado.
Moraes analisou a possibilidade de utilizar os áudios após a defesa do policial Wladimir Soares pedir o adiamento da sessão. Os advogados alegaram que precisavam de mais tempo para examinar o conteúdo e indicar novas testemunhas. No entanto, o pedido foi negado.
Segundo Moraes, os áudios não foram oficialmente anexados à denúncia e, por isso, não devem ser analisados nesta fase do processo. Como Soares foi alvo de operação no fim do ano passado, a perícia no celular dele só foi concluída em maio.
"Se a autoridade policial se excedeu eventualmente, tem que se instalar um procedimento disciplinar para apurar", afirmou o ministro.
Julgamento da trama golpista
Até o momento, a Primeira Turma do STF julgou as denúncias da PGR contra os núcleos 1, 2 e 4. Ao todo, já são 21 réus.
Em março deste ano, por unanimidade, o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete acusados também viraram réus. Falta o julgamento contra o Núcleo 5, que é formado pelo empresário Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente da ditadura João Figueiredo.