"Tô nem aí", afirma Padilha sobre possibilidade de ter visto negado pelos EUA
Segundo o ministro, só tem medo de ter o visto negado quem quer ir aos EUA, e não é o seu caso

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, declarou nesta terça-feira (16) não estar "nem aí" para a possibilidade de ter a sua entrada nos Estados Unidos negada pelo governo de Donald Trump. Padilha também afirmou que não quer ir ao país.
A declaração foi realizada durante uma coletiva com jornalistas após o lançamento do cronograma que visa integrar o Cadastro SUS ao CPF.
O ministro contou ter sido convidado para uma reunião de ministros da Saúde de diferentes países, realizada na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York, ainda neste mês. Além disso, ele também foi chamado para participar de um encontro da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em Washington, capital dos EUA.
Porém, Padilha revelou que não sabe se vai participar dos eventos, pois, segundo ele, precisa acompanhar votações no Congresso Nacional. Sobre a possibilidade de ter o visto negado pelos EUA, o ministro afirmou não estar preocupado.
"Esse negócio do visto, eu tô igual àquela música: "Tô nem aí", sabe? Vocês tão mais preocupados com o visto do que eu, certo? Tô nem aí. Eu acho que só fica preocupado quem quer ir para os Estados Unidos. Eu não quero ir para os Estados Unidos", afirmou Padilha, citando o sucesso da cantora Luka, lançado em 2003.
Sem citar nomes, Padilha ainda alfinetou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que, segundo a Polícia Federal, está nos EUA para agir contra autoridades brasileiras.
"Só fica preocupado com visto quem quer sair do Brasil, ou quem quer ir para lá para fazer lobby de traição da pátria, como alguns tão fazendo. Não é o meu interesse, tá certo? Então eu tô nem aí com relação a isso", declarou.
Esposa e filha tem vistos cancelados
Em agosto desse ano, o governo dos Estados Unidos cancelou os vistos da esposa e da filha de 10 anos do ministro Alexandre Padilha.
Segundo a matéria, o governo americano afirmou que a decisão ocorreu porque, após a emissão, “surgiram informações indicando” que elas não eram mais elegíveis para o benefício. O cancelamento impede a entrada nos EUA e, caso o portador esteja no país, o visto deixa de valer assim que ele sai do território.
Na época, Padilha esclareceu que não foi afetado pela medida, já que seu visto está vencido desde 2024.
A decisão aconteceu na mesma semana em que o Departamento de Estado dos EUA revogou vistos de outros brasileiros ligados ao programa Mais Médicos. Entre eles estão Mozart Julio Tabosa Sales, secretário de Atenção Especializada à Saúde, e Alberto Kleiman, ex-assessor de Relações Internacionais da pasta e atual coordenador-geral para a COP30.