Trabalhadores em condição análoga à de escravo são resgatados em obras da MRV no RS
Construtora foi notificada e terá que pagar os direitos trabalhistas, além de seguro desemprego
Foto: Reprodução
Uma operação realizada por auditores fiscais do trabalho do Ministério da Economia, pelo Ministério Público do Trabalho, pela Polícia Federal e pela Defensoria Pública da União resgatou 16 trabalhadores de condições análogas às de escravo em dois empreendimentos da MRV Engenharia em São Leopoldo e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
De acordo com a fiscalização, os trabalhadores são do Maranhão e tiveram que pagar até R$ 500 pela vaga, o que é proibido por lei. Eles também receberam promessas enganosas de salários e condições de trabalhos.
Caso estivessem insatisfeitos com a situação, a empresa de construção de obras não garantia recursos para voltarem às suas cidades de origem. Por não terem dinheiro, continuavam trabalhando. Dos 16, seis estavam em São Leopoldo e dez em Porto Alegre.
Por meio de nota à imprensa, a MRV afirmou que "não compactua com nenhuma irregularidade na contratação de colaboradores", que "suspendeu imediatamente o contrato com a empresa de recrutamento citada no caso" e que "apresentou todos os esclarecimentos e documentos que comprovam que os trabalhadores foram contratados de forma regular"
A MRV foi notificada e demandada a pagar os direitos trabalhistas desde o descolamento das vítimas de sua cidade. Os resgatados também vão receber três meses de seguro desemprego.