Tradicional nos festejos juninos, fumaça de fogueiras pode prejudicar pacientes que tiveram Covid-19
Pneumologista alerta para os cuidados que devem ser adotados nesse período
Foto: Divulgação
Em meio à pandemia do novo coronavírus, o mês de junho, tradicionalmente reconhecido pela realização dos festejos juninos, pode ser responsável por um cenário de complicações para pessoas que contraíram a Covid-19.
Essa preocupação se dá porque os pacientes acometidos pela Covid-19, sobretudo os que desenvolveram pneumonia viral, estão em maior risco para complicações em decorrência da inalação de fumaça, já que o vírus causa lesões em células do trato respiratório, e esse quadro pode piorar com a fumaça - que se torna outro fator de agressão à pele que reveste toda a via aérea.
De acordo com a pneumologista dra. Larissa Voss Sadigursky, por sofrerem agressão às células pulmonares, os pacientes que desenvolveram a pneumonia, quando expostos à fumaça e produtos químicos, por exemplo, podem apresentar sintomas como chiados no peito, falta de ar e cansaço. No entanto a especialista reforça que as reações não são exclusivas de pacientes vítimas de Covid-19.
“Não é algo específico da Covid. Qualquer vírus e bactéria pode causar a lesão do epitélio brônquico e causar sintomas semelhantes, assim como a dor torácica. É algo natural, da própria regressão da parte inflamatória”, explicou.
A especialista defende que quem se infectou com o novo coronavírus, mesmo após a recuperação, não deve fazer nenhuma atividade que resulte em mais uma agressão para o pulmão, como o contato com a fumaça, pois isso pode potencializar um dano ao pulmão.
“Os pacientes que tiveram Covid, sobretudo aqueles com pneumonia na forma mais grave, podem evoluir para um quadro de hiperreatividade brônquica, levando a sintomas como tosse, além de falta de ar, cansaço e chiados no peito. Sem dúvida, esse cenário pode ser agravado pela fumaça de fogos e fogueiras. Com isso a recomendação é que esses pacientes não toquem em fogos de artifício, e evitem ambientes com fumaça”, indica a especialista.
Por conta desse cenário, Dra. Larissa reforça as recomendações do uso da máscara, além da necessidade dos pacientes, mesmo os já recuperados, de evitarem a exposição, como forma de evitar a inalação da fumaça, em meio ao período junino. “Mesmo com a recomendação do isolamento social e de evitar comemorações, muitas pessoas acabam desrespeitando, e isso pode ser muito perigoso”, explica.