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Tragédia de Brumadinho: seis anos depois, estudo detecta presença de metais na urina de crianças

Percentual de arsênio passou de 42% em 2021 para 57% em 2023

Por Da Redação
Ás

Tragédia de Brumadinho: seis anos depois, estudo detecta presença de metais na urina de crianças

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Seis anos após a barragem da mineradora Vale se romper em Brumadinho (BH), causando 270 mortes, um estudo da Fiocruz Minas e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) revelou aumento da taxa de detecção de metais na urina de crianças vítimas do desastre. 

A pesquisa foi publicada neste sábado (25). Pelo menos um de cinco metais (cádmio, arsênio, mercúrio, chumbo e manganês) foram encontrados em todas as amostras analisadas de crianças de até seis anos. Elas são acompanhadas anualmente desde 2021.

O percentual total de crianças com níveis de arsênio acima do valor de referência passou de 42%, em 2021, para 57%, em 2023. Conforme a pesquisa, chama atenção o fato de todos os metais apresentaram elevado percentual de detecção, nos dois anos, com reduções mais relevantes dos valores para manganês e menos expressivas para arsênio e chumbo.

Além da analisar a exposição das crianças a metais, foram avaliados também os efeitos em relação ao desenvolvimento neuromotor, cognitivo e emocional, por meio da aplicação do Teste de Denver II.

Os resultados mostraram que, de um ano a outro, caiu o número de crianças com risco de atraso no desenvolvimento de habilidades esperadas para sua faixa etária. Em 2021, eram 42,5% na faixa de risco, sendo, em 2023, 28,3% do total de avaliados.

A pesquisa avaliou ainda o crescimento pôndero-estatural das crianças, que considera a estatura, o peso e o índice de massa corporal. Entre 2021 e 2023, a maioria das crianças apresentou Índice de Massa Corporal (IMC) normal. Em relação aos quadros de obesidade (IMC > 30) e sobrepeso (IMC > 25), houve melhora nos índices. Em 2021, cerca de 11% das crianças eram consideradas obesas; em 2023, o percentual caiu para 4,6%. Com sobrepeso, eram 12,5%, em 2021, e 4,6%, em 2023.

Os pesquisadores recomendam o acompanhamento das que apresentaram alterações nos indicadores antropométricos e na aquisição de habilidades associadas com o desenvolvimento neuropsicomotor, social e cognitivo. 

Em nota, a Vale informou que investigou sedimentos e solos na Bacia do Paraopeba para avaliar possíveis impactos do rompimento da Barragem B1 em 2019, em Brumadinho. Segundo a mineradora, os resultados de mais de 400 amostras e 6 mil análises não apresentaram concentrações de elementos potencialmente tóxicos acima dos limites estabelecidos pela legislação. Sobre o estudo, a Vale diz que ainda vai avaliar, detalhadamente, os resultados.

A Vale diz ainda que continua empenhada e comprometida com o propósito de reparar os impactos causados às pessoas, às comunidades e ao meio ambiente em Brumadinho.

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