Três anos após o golpe em Mianmar, ONU pede ação coletiva para garantir transição democrática
António Guterres destaca urgência de proteção dos civis e fim dos confrontos
Foto: Unsplash/Alexander Schimmeck
No terceiro aniversário do golpe militar em Mianmar, nesta quinta-feira (1º), que resultou na queda do governo democraticamente eleito e na detenção de líderes, incluindo Aung San Suu Kyi. O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou a todas as formas de violência e apelou pela proteção dos civis e pelo fim dos confrontos.
Guterres defendeu a necessidade de condições que permitam ao povo birmanês exercer seus direitos humanos de forma livre e pacífica, exigindo o fim da campanha militar de violência e repressão política, com a responsabilização dos responsáveis.
Estima-se que 18,6 milhões de pessoas em Mianmar, um terço da população, necessitem urgentemente de assistência humanitária, um aumento significativo desde a tomada do poder pelos militares. Guterres enfatizou a importância de desimpedir o acesso do auxílio da ONU e seus parceiros.
O secretário-geral pediu ainda uma ação coletiva coerente da comunidade internacional e regional em apoio ao povo de Mianmar. Além de se comprometer em continuar o empenho com todas as partes interessadas, incluindo a Asean, para garantir uma paz sustentável e inclusiva no país.
Em relação aos direitos humanos, Volker Turk, alto comissário das Nações Unidas, descreveu a situação em Mianmar como estando em "queda livre". Destacou o sofrimento prolongado do povo, agravado por táticas de ataque dos militares, e expressou solidariedade aos rohingya que buscam segurança, direitos básicos e dignidade em viagens perigosas em números crescentes.