TSE vê 'irregularidade grave' em doação de dono do jato que levou Lula ao Egito

A doação de R$ 660 mil feita ao Partido dos Trabalhadores pelo empresário José Seripieri Filho teria "irregularidade grave", aponta relatório produzido pela área técnica do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As informações são da coluna de Malu Gaspar, no jornal O Globo. 

Seripieri é fundador da rede Qualicorp e dono da Qsaúde. Ele é o proprietário do jatinho que levou o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a conferência climática da ONU, que acontece no Egito.

De acordo com uma resolução do TSE, os partidos políticos e os candidatos são obrigados, durante as campanhas eleitorais, a informar à Justiça Eleitoral em até 72 horas, sobre os recurso financeiros recebidos, a partir do momento em que o dinheiro é depositado nas contas do partido.

Um relatório preliminar da Assessoria de Exame de Contas Eleitorais e Partidárias (Asepa) aponta que o prazo não foi respeitado pelo PT. A doação foi feita no dia 27 de setembro, mas só foi sinalizada pela legenda no dia 3 de outubro, seis dias depois (144 horas) e um dia após o primeiro turno das eleições. 

Seripieri tem no histórico uma prisão 2020, em uma operação da Polícia Federal que apurava supostos pagamentos ilícitos à campanha do então senador José Serra (PSDB-SP). Ele foi solto quatro dias depois.

Ele também foi mencionado em delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci, no âmbito da Operação Lava Jato, e foi acusado de ter firmado contratos irregulares com a Petrobras em R$ 150 milhões.