Twitter suspende postagens de Janones contra Bolsonaro após ordem do TSE
Nova norma do TSE prevê multa de R$ 100 mil a R$ 150 mil às plataformas que descumprirem ordens
Foto: Câmara dos Deputados | Valter Campanato/Agência Brasil
Após ordem do ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Paulo de Tarso Vieira Sanseverino, o Twitter suspendeu duas postagens do deputado federal André Janones (Avante-MG) que falavam do presidente Jair Bolsonaro (PL).
A decisão, publicada na noite de sexta-feira (21), teve como uma das bases a nova resolução da Corte que ampliou poderes do colegiado para determinar a remoção de notícias que considerar falsas e acelerou o prazo para que a ordem seja cumprida. O ministro concedeu o prazo de duas horas para que a rede social removesse o conteúdo, sob pena de multa no valor de R$ 100 mil por hora de descumprimento.
A nova norma do TSE prevê à Corte aplicar multa de R$ 100 mil a R$ 150 mil às plataformas que descumprirem ordens judiciais de remoção de conteúdo, estender o alcance de decisões contra publicações tidas como falsas, proibir propaganda eleitoral paga nas 48 horas que antecedem o segundo turno e suspender temporariamente perfis e canais nas redes sociais de caráter desinformativo, segundo os ministros.
"Defiro o pedido de tutela de urgência para determinar a notificação da empresa provedora de aplicação Twitter para que, no prazo de 2 (duas) horas, conforme preceito normativo art. 2º, ? 1º, da Res.-TSE nº 23.714/2022, suspenda a divulgação das publicações constantes das URLs relacionadas abaixo, até o julgamento final da representação por este Tribunal Superior, sob pena de multa no valor de R$ 100.000.00 (cem mil reais) por hora de descumprimento", decide o ministro.
Janones, que é aliado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), havia chamado Bolsonaro de "miliciano", "assassino" e "fascista" em duas postagens. Uma delas sobre a pandemia de Covid-19. A decisão de retirar o conteúdo atendeu a um pedido da campanha à reeleição do presidente.
O ministro do TSE aceitou o pedido de remoção do conteúdo e afirmou que "foram ultrapassados os limites da liberdade de expressão". "São mensagens produzidas e divulgadas para ofender a honra e a imagem do candidato da coligação representante, cujo objetivo consistiu na disseminação de discurso manifestamente inverídico e odioso que pretende induzir o usuário da rede social a vincular o candidato a práticas criminosas", disse Sanseverino.