Ucrânia convoca representante do Vaticano para expressar insatisfação com falas do Papa Francisco

O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitro Kuleba, convocou o núncio papal, representante diplomático da Santa Sé que exerce o posto de embaixador, para expressar insatisfação após o Papa Francisco falar que o país ucraniano deveria abrir negociações com a Rússia e "demonstrar coragem da bandeira branca".

A declaração, dada durante uma entrevista à emissora suíça RSI, não foi bem vista pelas autoridades do país ucraniano. Segundo comunicado do Ministério do país, a Ucrânia “busca a paz como nenhum outro Estado. Essa paz, no entanto, precisa ser justa e baseada nos princípios da Carta das Nações Unidas e a fórmula de paz proposta pelo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky”.  

O comunicado diz ainda esperar que o papa “envie sinais à comunidade internacional sobre a necessidade de imediatamente unir forças para garantir a vitória do bem sobre o mal”. 
No último final de semana, o presidente ucraniano rebateu as falas do pontífice e, sem se dirigir diretamente à Francisco, Zelensky afirmou que figuras religiosas distantes não deveriam se envolver em “mediação virtual entre alguém que quer viver e alguém que quer destruí-lo”. 

O presidente ucraniano propôs um plano de paz que inclui a retirada das tropas russas, o restabelecimento das fronteiras de 1991 da Ucrânia e a responsabilização da Rússia por suas ações por meio do devido processo legal. No entanto, a Rússia argumenta que não pode negociar sob essas condições.