Ucrânia diz que Rússia segue atacando após 'trégua de Páscoa' declarada por Putin
Ministro das Relações Exteriores da Ucrânia afirmou que a Rússia tem o histórico de agressora e que "as suas palavras não são confiáveis"
Foto: Reprodução/Flickr
O presidente russo Vladimir Putin anunciou neste sábado (19), um cessar-fogo temporário por parte da Rússia na guerra contra a Ucrânia. No entanto, oficiais ucranianos disseram à agência Reuters que as forças armadas russas continuam abrindo fogo contra a Ucrânia mesmo após o início da trégua.
A "trégua de Páscoa" vai durar 30 horas começando às 18h deste sábado (19) – 12h, no horário de Brasília (DF) – e seguindo até meia-noite de segunda-feira (21) – 18h de domingo (20), em Brasília. As ações durante a Páscoa, segundo o presidente russo, "mostrarão até que ponto o regime de Kiev está sinceramente disposto e preparado para respeitar os acordos, participar de processos pacíficos e contribuir para resolver as causas profundas da crise ucraniana".
"Eu ordeno que todas as ações militares sejam pausadas neste período", disse Putin ao chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Rússia, Valery Gerasimov, alegando agir "por motivos humanitários".
"Partimos do princípio de que o lado ucraniano seguirá nosso exemplo. No entanto, nossas tropas devem estar prontas para repelir possíveis violações da trégua e provocações do inimigo", afirmou.
"Drones em nossos céus revelam a verdadeira atitude de Putin em relação à Páscoa e à vida humana", publicou Zelensky na rede social X.
O presidente ucraniano acrescentou que iria seguir as ações da Rússia na "trégua de Páscoa", mas propôs estender o cessar-fogo. "Trinta horas são suficientes para virar manchete, mas não para medidas genuínas de construção de confiança. Trinta dias podem dar uma chance à paz", afirmou.
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, informou que o país concordou em março com a proposta dos Estados Unidos de um cessar-fogo provisório total por 30 dias, mas a Rússia recusou e agora anunciou uma pausa de 30 horas, em vez de 30 dias.
"Infelizmente, temos um longo histórico de declarações [da Rússia] não condizentes com suas ações. Sabemos que suas palavras não são confiáveis e analisaremos ações, não palavras", escreveu.
O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que o grupo militar russo vai respeitar o cessar-fogo, caso a trégua também seja respeitada pela Ucrânia. A União Europeia reagiu com cautela à declaração de Putin, dizendo que Moscou poderia parar a guerra imediatamente se quisesse.
"A Rússia tem um histórico de agressora, então primeiro precisamos ver uma interrupção real da agressão e ações claras para um cessar-fogo duradouro", disse Anitta Hipper, porta-voz principal da Comissão Europeia para relações exteriores e segurança.
