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UE ameaça impedir exportação de doses da AstraZeneca

Tensão foi causada por descumprimento de acordo da AstraZeneca com Bruxelas

Por Da Redação
Ás

UE ameaça impedir exportação de doses da AstraZeneca

Foto: Reprodução/ Getty Images

A Europa ameaça impedir as exportações de vacinas contra a Covid-19 produzidas pela AstraZeneca enquanto a empresa não cumprir seu contrato de fornecer as doses que um acordo com Bruxelas estipulava. A Alemanha anunciou apoio a ameaça dos europeus e a iniciativa causou uma crise entre a UE e países em desenvolvimento. 

Com isso, o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, usou um discurso no Fórum Econômico Mundial para denunciar o "nacionalismo de vacinas" e alertar os países ricos para que não abandonem mais da metade do mundo. "Os países ricos do mundo adquiriram grandes doses de vacinas dos fabricantes dessas vacinas e alguns países foram além e adquiriram até quatro vezes mais do que sua população precisa. E isso teve como objetivo acumular essas vacinas. E agora isso está sendo feito com a exclusão de outros países do mundo que mais precisam disto", denunciou. 

A ameaça da UE foi considerada pela Organização das Nações Unidas (INU) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma ilustração de que a guerra pelas vacinas podem ser transformadas em uma guerra comercial e azedar as relações entre os governos. 

A tensão entre Bruxelas e a AstraZeneca foi aberta depois que a empresa indicou que não teria como cumprir o fornecimento de 100 milhões de doses da vacina no primeiro trimestre aos países europeu. A previsão é de que o abastecimento seja de apenas 50 milhões. 

"A UE ajudou com dinheiro no desenvolvimento da vacina. Muito foi investido. Investimos bilhões para a primeira vacina. Agora, as empresas precisam honrar seus compromissos", disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Um dos argumento dos europeus é de que o bloco investiu milhões de euros no desenvolvimento da vacina e garantiu financiamento para a farmacêutica.

A meta desse dinheiro investido era garantir que houvesse uma ampliação da capacidade de produção. No total, Bruxelas argumenta que colocou 2,7 bilhões de euros no setor de vacinas.

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