"Uma chance de um golpe é zero", diz Bolsonaro

Em entrevista, o presidente admite que não vai “melar” as eleições de 2022

Por Da Redação
Ás

"Uma chance de um golpe é zero", diz Bolsonaro

Foto: Reprodução / Agência Brasil

Em entrevista à revista Veja, o presidente Bolsonaro (Sem partido), afirmou que a chance do governo dar um golpe é “zero”. Ele ainda admitiu que houve pressão “de algumas pessoas” para que o governo “jogasse fora das quatro linhas”. Quem são essas pessoas, o presidente não revelou, mas garante que o ambiente agora está pacificado. Sobre a política de combate à pandemia, Bolsonaro reafirmou que faria tudo de novo.

Segundo a Veja, o presidente continua cético em relação às vacinas, embora os assessores ainda tentem convencê-lo a mudar de ideia. Em Nova York, em tom de brincadeira, o presidente chegou a propor uma aposta ao primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, para saber quem tinha o IgG maior. Tomar ou não o imunizante, segundo ele, deve ser uma opção, não uma obrigação - e cita como exemplo a primeira-dama Michelle Bolsonaro, que foi vacinada. “Não consigo influir nem na minha própria casa”, disse.

Confira algumas respostas de Bolsonaro à Veja:

Existe uma leitura bastante difundida de que várias de suas ações e falas são preparação para um golpe de Estado.

Daqui pra lá, uma chance de um golpe é zero. De lá pra cá, a gente vê que sempre existe essa possibilidade.

O que seria exatamente esse “de lá pra cá”?

De lá pra cá é a concessão, pô. Existem 100 pedidos de impeachment dentro do Congresso. Não tem golpe sem vice e sem povo. O vice é que renegocia a divisão dos ministérios. E o povo que dá a tranquilidade para o político voltar. Agora, eu te pergunto: qual é a acusação contra mim? O que eu deixei, em que eu me omiti? O que eu deixei de fazer? Então, não tem cabimento uma questão dessas.

A CPI da Pandemia diz que houve corrupção no Ministério da Saúde.

Tem gente que não pensa no seu país, ao deixar de mostrar seu valor, ele quer caluniar o próximo. Vejo na CPI dos senadores Omar Aziz e Renan Calheiros falando: “O governo Bolsonaro é corrupto”. Pois aponte quem por ventura pegou dinheiro. Com todo o respeito à PM de MG, um cabo da PM negociando 400 milhões de doses a 1 dólar, se encontrando fortuitamente num restaurante? É coisa de maluco.

Depois de um ano e meio de pandemia, o senhor faria algo diferente? 

Não errei em nada. Fui muito criticado quando falei que ficar trancado em casa não era a solução. Eu falava que há desemprego - e foi o que aconteceu. Outra consequência disso é uma informação que está aí. Hoje há estudos que mostram que quem mais caminha para o óbito por coronavírus é o obeso e quem está apavorado. Falei isso no início do ano passado. Todo mundo aumentou de peso ficando em casa. Também criamos o auxílio emergencial. Sem ele, com certeza teríamos saques em supermercados, balbúrdia, violência.

Já tem partido e um nome para disputar a chapa como candidato a vice-presidente? 

Olha só, se eu vier candidato, não vai mais se repetir o que aconteceu em 2018. O vice tem que ter algumas características, tem que ajudar você. E tem que ajudar no tocante ao voto também. Então, o pessoal diz pra mim: “Ah, o vice ideal é de Minas ou do Nordeste”. Então, tudo isso a gente vai botando na mesa. O Mourão, por exemplo, eu acho que não está fechada a porteira para ele ainda. Agora, o Mourão não tem a vivência política. Praticamente zero. E depois de velho é mais difícil aprender as coisas. Mas no meu entender, seria um bom senador. Sobre o partido, eu não vou fugir de estar no PP, PL ou Republicanos. Não vou fugir de estar com esses partidos, conversando com eles. O PTB ofereceu pra mim também.

A decisão sobre o voto impresso já foi tomada pelo Congresso. O senhor vai aceitar? 

Olha só: vai ter eleição, não vou melar, fique tranquilo, vai ter eleição. O que o Barroso está fazendo? Ele tem uma portaria deles, lá, do TSE, onde tem vários setores da sociedade, onde tem as Forças Armadas, que estão participando do processo a partir de agora. As Forças Armadas têm condições de dar um bom assessoramento. Com as Forças Armadas participando, você não tem por que duvidar do voto eletrônico. As Forças Armadas vão empenhar seu nome, não tem por que duvidar. Eu até elogio o Barroso, não tocante a essa ideia - desde que as instituições participam de todas as fases do processo.
 

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