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Uma década após chacina do Curió, sete policiais vão a júri popular em Fortaleza

De acordo com o Ministério Público do Ceará, os agentes fariam parte do chamado núcleo da omissão

Por FolhaPress
Às

Uma década após chacina do Curió, sete policiais vão a júri popular em Fortaleza

Foto: Rodrigo Carvalho/TJCE

No ano em que completa uma década, a chacina do Curió tem mais um julgamento nesta segunda-feira.
Sete policiais militares irão a júri popular, após denúncia sob acusação de participação na sequência de crimes que deixou 11 mortos na Grande Messejana, em Fortaleza, em novembro de 2015. De acordo com o Ministério Público do Ceará, os agentes fariam parte do chamado núcleo da omissão.

Segundo a denúncia, os réus tinham dever legal de agir, mas se omitiram. Eles estavam em serviço, em viaturas caracterizadas na região, e não tomaram medidas para impedir os assassinatos. O júri popular acontece durante a manhã no Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza.

Entre os crimes listados pela Promotoria estão 11 homicídios consumados, todos duplamente qualificados por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa das vítimas, além de três tentativas de homicídio com as mesmas qualificadoras. Também há denúncias de três crimes de tortura física e um de tortura psicológica.

Este é o quarto julgamento da chacina do Curió. O primeiro, em 20 de junho de 2023, terminou com a condenação de quatro réus. O segundo ocorreu em 29 de agosto de 2023, e oito policiais foram absolvidos.

Já o terceiro, entre 12 e 16 de setembro do mesmo ano, resultou em condenações parciais, desclassificações e absolvições. O próximo júri está agendado para 22 de setembro de 2025, com três réus.

A denúncia inicial foi apresentada pelo Ministério Público em 14 de junho de 2016 contra 45 policiais militares. A peça, elaborada por 12 promotores, reuniu mais de 3.300 páginas, com depoimentos de cerca de 240 pessoas, além da análise de imagens de câmeras, mensagens, comunicações por rádio, dados de GPS e escutas telefônicas.

A Justiça recebeu a denúncia contra 44 agentes, que tiveram prisão preventiva decretada. Do total, 34 foram encaminhados a julgamento pelo Tribunal do Júri.

A chacina ocorreu na noite do dia 11 e a madrugada de 12 de novembro de 2015. A motivação, segundo os promotores, foi vingança pela morte do soldado Valtermberg Chaves Serpa, assassinado ao reagir a um assalto contra sua mulher. Os policiais teriam articulado uma retaliação, escolhendo vítimas de forma aleatória.

Moradores e familiares socorreram algumas vítimas em veículos particulares e na carroceria de uma caminhonete. Uma pessoa que tentava ajudar foi atingida por oito disparos. Sete pessoas ficaram feridas.
 

AS 11 PESSOAS MORTAS
- Alef Sousa Cavalcante, 17
- Antônio Alisson Inácio Cardoso, 17
- Francisco Enildo Pereira Chagas, 41
- Jandson Alexandre de Sousa, 19
- Jardel Lima dos Santos, 17
- José Gilvan Pinto Barbosa, 41
- Marcelo da Silva Mendes, 17
- Patrício João Pinho Leite, 16
- Pedro Alcântara Barroso, 18
- Renayson Girão da Silva, 17
- Valmir Ferreira da Conceição, 37

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