Única mulher na Copa Truck, Débora Rodrigues conquista sexto lugar em Interlagos

A piloto de caminhão Débora Rodrigues participou da sexta etapa da Copa Truck no último domingo (21), no Autódromo José Carlos Pace, em Interlagos, na Zona Sul de São Paulo. A competição foi marcada por arquibancadas cheias, duas corridas acirradas e um surpreendente acidente envolvendo quatro pilotos na primeira largada. Apesar de ser a única mulher na competição, Débora mais uma vez mostrou bons resultados e garantiu o sexto lugar.

Em entrevista ao Farol da Bahia, ela reforçou sua paixão pelo esporte. “Estou há 24 anos competindo e as sensações são sempre as melhores. Competir é o que eu mais gosto de fazer, pois me sinto bem e tranquila. Costumo brincar que eu visto o meu caminhão. Então, quando estou ali dentro é o melhor momento”, afirmou a piloto.

Nascida em uma família de caminhoneiros, a paranaense de 54 anos despertou interesse pelo veículo de grande porte ainda criança. No entanto, ela contou que o primeiro contato com a categoria Truck aconteceu durante a gravação de um quadro para o programa do Gugu quando tinha 30 anos. 

“Eu sou piloto de caminhão e atleta da Copa Truck. Eu comecei, na verdade, quando fui fazer uma gravação para o programa do Gugu e conheci pessoalmente a categoria. Gostei bastante, daí surgiu uma oportunidade para eu participar e foi assim que comecei. O que influenciou o meu início no esporte foi o fato de eu gostar de caminhão, mas meu pai, meus tios e irmãos são caminhoneiros. Eu sempre gostei de caminhão, mas nunca me imaginei piloto. Não tinha condições para isso”, explicou Débora, reforçando que o automobilismo é um esporte caro. “A oportunidade surgiu quando me tornei conhecida”, completou.

Em 1998, Débora iniciou sua carreira no automobilismo. No mesmo período, outras pilotos disputaram a Fórmula Truck, atual Copa Truck, como Danusa Moura e Cristina Rosito. Embora talentos femininos tenham marcado a categoria, a presença de mulheres no esporte sempre foi minoria. Neste ano, por exemplo, Debora novamente é a única no campeonato. Ainda em entrevista, a piloto afirmou que sua permanência no esporte inspira outras mulheres.

“Eu acabo sendo referência, vejo isso pelas mensagens que recebo. Podemos observar um bom aumento de mulheres que dirigem caminhão no dia a dia. No automobilismo em geral, nós já temos bem menos mulheres. É um esporte que não é barato e, consequentemente, mulheres que têm menos visibilidade acabam tendo mais dificuldades para conseguir patrocínio. Então, isso é agravante”, disse Débora.

^{Foto: Arquivo Pessoal/Débora Rodrigues}

Copa Truck

A sexta etapa da Copa Truck, disputada no último domingo, teve vitórias de Beto Monteiro na primeira corrida e de Roberval Andrade na segunda. Os resultados colocaram o pernambucano da R9 Competições na liderança do campeonato com 175 pontos, seis à frente do paranaense Wellington Cirino, da ASG Motorsport.

Para Débora, que está na sexta posição no campeonato, competir com homens é um grande desafio. “A competição é uma corrida que tem de 26 a 28 caminhões. Sou somente eu de mulher. Não é muito fácil competir com eles, mas estou lá entre os cinco e seis melhores”, afirmou a piloto.

Ainda em entrevista, a atleta explicou como é realizada a Copa Truck: "Normalmente, temos uma competição por mês. No próximo mês, em setembro, nós vamos correr em Tarumã, no Rio Grande do Sul. Nesse evento serão duas corridas, uma no sábado e outra no domingo. Não teremos o evento em outubro, portanto, serão duas em setembro e depois nós faremos a final em Goiânia no mês de novembro. São de nove a dez etapas por ano em todos os autódromos do Brasil”, concluiu. 

^{Foto: Arquivo Pessoal/Débora Rodrigues}