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Unicef: 41% das crianças brasileiras sem estudos em 2020 tinham de 6 a 10 anos

Faixa etária é a mais atingida pela exclusão escolar durante a pandemia

Por Da Redação
Ás

 Unicef: 41% das crianças brasileiras sem estudos em 2020 tinham de 6 a 10 anos

Foto: Agência Brasil

Uma pesquisa realizada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), divulgada nesta quinta-feira (29), aponta que mais de 5 milhões de crianças e adolescentes estavam sem acesso aos estudos no Brasil até o fim de 2020. Segundo a entidade, quatro em cada dez crianças tinham de 6 a 10 anos. 

O levantamento aponta que essa faixa etária é a mais afetada pela exclusão escolar. Cerca de 69,3% das crianças de 6 a 10 anos sem escola são pretas, pardas ou indígenas. Antes da pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, crianças desta idade sem oportunidades de educação eram exceção. Em janeiro, o Unicef já havia divulgado a estimativa de que 5,2 milhões de crianças e adolescentes de 6 a 17 anos estavam fora da escola ou sem atividades escolares. O número representa 13,9% do total da população com estas idades.

No início do mês, apontou que o fechamento de escolas durante a pandemia poderá fazer o Brasil regredir duas décadas no combate à evasão escolar. Em nota enviada pelo Unicef, Florence Bauer, representante da entidade no Brasil, destaca que os números fazem um alerta urgente para que ações sejam tomadas para reverter o quadro.

“Os números são alarmantes e trazem um alerta urgente. O País corre o risco de regredir duas décadas no acesso de meninas e meninos à educação, voltado aos números dos anos 2000. É essencial agir agora para reverter a exclusão, indo atrás de cada criança e cada adolescente que está com seu direito à educação negado, e tomando todas as medidas para que possam estar na escola, aprendendo”,  disse Bauer.

Ainda de acordo com a pesquisa, em novembro de 2020, havia 36,9 milhões de crianças e adolescentes de 6 a 17 anos. Entre eles:

-35,4 milhões frequentavam a escola
-31,7 milhões recebia atividades escolares, podendo tê-las realizado ou não
-3,7 milhões não recebia atividades escolares
-1,5 milhão não frequentava a escola

Zona rural e Norte e Nordeste

Na análise por áreas urbanas, o levantamento aponta que a exclusão maior entre crianças de 6 a 10 anos está concentrada na zona rural, onde estão 16,5% dos casos. Na área urbana, são 12,6%. Entre as regiões do país, Norte e Nordeste concentram os maiores percentuais. Já entre os estados, as maiores exclusões da população de 6 a 17 anos está em Roraima, onde 38,6% desta parcela da população está sem estudo. Em seguida vem Amapá (35,7%), Pará e Amazonas (ambos com 32%), Bahia (30,7%) e Rio Grande do Norte (24,9%).

Fonte G1


Para os especialistas do Unicef, para reverter a situação de exclusão é  preciso agir para trazer crianças e adolescentes de volta às escolas e evitar impactos negativos no futuro. Entre algumas das ações recomendadas, estão: busca ativa escolar, campanhas de informação e acesso à internet.

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