US$ 28 bilhões será o investimento do Brasil na cadeia do mercado de hidrogênio verde até 2030
Confira a coluna desta semana de Adriano Sampaio
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Parece que o Brasil está na posição ideal para se tornar uma potência no mercado de hidrogênio verde, aproveitando sua abundância de recursos naturais. A combinação da disponibilidade de potencial de energia elétrica renovável, como a solar e a eólica, juntamente com um fornecimento abundante de recursos hídricos para a eletrólise da água, coloca o país em uma posição estratégica.
Investir metade dos recursos latino-americanos e 8% dos investimentos internacionais mostra um comprometimento significativo. Além de transferência para a economia nacional, essa iniciativa pode posicionar o Brasil como líder na transição para uma matriz energética mais sustentável.
A diversificação da matriz energética com o hidrogênio verde não apenas contribuiria para a redução das emissões de carbono, mas também poderia criar empregos e estimular o desenvolvimento tecnológico. Isso poderia ter resultados positivos não apenas no setor de energia, mas em toda a cadeia de valor associada à produção e uso de hidrogênio verde.
Se o Brasil seguir adiante com essa abordagem, poderá se tornar um exemplo inspirador para outras nações que buscam explorar o potencial do hidrogênio verde como uma solução viável e sustentável para suas necessidades energéticas.
O hidrogênio tem o potencial de desempenhar um papel crucial na descarbonização de vários setores-chave, contribuindo significativamente para a mitigação das emissões de carbono e promovendo práticas mais sustentáveis. Aqui estão algumas maneiras pelas quais a hidrogênio pode ser aplicada em diferentes setores: Transporte Aéreo, Rodoviário, Ferroviário e Marítimo.
Definitivamente, a preparação do setor de energia para a adoção da eficácia do hidrogênio verde (H2V) envolve uma abordagem abrangente que inclui pesquisa, desenvolvimento, estudos de mercado e colaboração com diversos stakeholders. Aqui estão alguns pontos que podem ser considerados na criação de uma estratégia nacional para contribuição no uso de hidrogênio verde, especialmente no contexto brasileiro e em setores-chave como a indústria química e a siderurgia:
No âmbito do P&D, investir em pesquisas para otimizar tecnologias de produção de hidrogênio verde, tornando o processo mais eficiente e econômico. Explorar métodos inovadores de armazenamento e transporte de hidrogênio.
No que se refere a Pesquisas de Mercado, analisar as demandas e oportunidades específicas do mercado brasileiro para identificar setores e regiões com maior potencial de adoção do hidrogênio verde. Avaliar a competitividade do hidrogênio verde em comparação com outras fontes de energia em diferentes aplicações.
Implementar o espírito participativo de pertencimento, envolvendo produtores, consumidores, investidores e especialistas em discussão para compreender as necessidades e preocupações de cada grupo. Além de estabelecer parcerias público-privadas para facilitar a implementação de projetos de hidrogênio verde.
Desenvolver políticas que incentivem a produção e o uso de hidrogênio verde, como incentivos fiscais e regulamentações detalhadas. Estabelecer metas e compromissos para aumentar a participação do mesmo na matriz energética. Educar a sociedade sobre os benefícios ambientais e econômicos do hidrogênio verde para garantir o apoio público e promover a conscientização sobre as oportunidades de emprego e desenvolvimento econômico associadas à indústria do hidrogênio verde, são iniciativas bem-vindas para o amadurecimento do ecossistema dessa nova economia no Brasil.
Desenvolver a infraestrutura para produção, armazenamento, transporte e distribuição de hidrogênio verde, assim como, integra-la com outros setores, como transporte e indústria, dará um salto exponencial do Brasil, se tornando um dos mais competitivos no setor.
Enfim, uma abordagem colaborativa e estratégica, que envolve diversos setores da sociedade, é essencial para garantir o sucesso da transição para o uso econômico do hidrogênio verde no Brasil e em outros lugares. Essa colaboração pode ajudar a superar desafios, otimizar investimentos e criar um ambiente propício para o desenvolvimento sustentável da indústria do hidrogênio verde.
Agradeço ao meu guru, Eduardo Athayde, por ter me apresentado as bases do ESG há 20 anos, através de nossas conversas, palestras e uma biblioteca fantástica oriunda da WWI-Worldwatch Institute. Até terça-feira que vem aqui no Farol da Bahia. Axé!
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