Valdemar Neto e ex-assessor de Bolsonaro devem prestar depoimento à PF nesta quinta no inquérito sobre ato golpista
Mais três militares foram indiciados no inquérito na última quarta
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil | Reprodução/LinkedIn
O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, e o ex-assessor de Jair Bolsonaro, Marcelo Câmara, devem prestar depoimento à Polícia Federal (PF) em Brasília, nesta quinta-feira (12). Eles são investigados por organização do golpe de Estado para impedir a posse do governo eleito e prejudicar as ações do Poder Judiciário.
Ao todo, 40 políticos, militares e servidores públicos foram indiciados pela PF nesse caso. Inicialmente, a Polícia Federal havia indiciado 37 pessoas, mas anunciou outros três militares nesta quarta-feira (11).
O relatório da Polícia Federal aponta que Valdemar Costa Neto é acusado de apoiar e financiar ações que questionam a confiabilidade das urnas eletrônicas e teve um papel crucial na veiculação de informações que difamam o sistema eleitoral.
Marcelo Câmara é apontado como um dos principais responsáveis por compartilhar as informações acerca do golpe e por participar ativamente das decisões para reverter os resultados das eleições de 2022.
Três novos indiciados no caso
A PF listou os três últimos indiciados no inquérito, são eles: Aparecido Andrade Portella, Reginaldo Vieira de Abreu e Rodrigo Bezerra de Azevedo.
Aparecido Andrade Portella é acusado de ser o principal responsável por conectar o governo de Jair Bolsonaro a financiadores do golpe. Ele utilizava o codinome "churrasco" em mensagens trocadas com Mauro Cid para falar sobre o golpe de Estado de forma disfarçada. Portela também contribuía com sugestões para atuação no movimento golpista.
Reginaldo Vieira de Abreu é acusado de compartilhar informações falsas sobre o sistema eleitoral. Em uma ocasião, ele levou um hacker à sede da PF em Brasília para realizar denúncias falsas sobre adulteração nas urnas eletrônicas. Ele contribuiu com o planejamento do golpe ao compartilhar informações sobre a localização do ministro Gilmar Mendes em novembro de 2022, para realizar a prisão do ministro.
Rodrigo Bezerra de Azevedo é acusado por fazer parte do núcleo operacional que planejava o assassinato do ministro Alexandre de Moraes. A PF identificou ligações feitas por Azevedo para contas bancárias fraudulentas em nome de terceiros. Um dos números cadastrados no aplicativo Signal no celular do general Mário Fernandes, evidencia vínculos com outros integrantes da organização criminosa.