Vale deve pagar R$ 380 mi para reparar danos após evacuação em Macacos
Muitas famílias ainda não puderam voltar para suas casas
Foto: Agência Brasil
A mineradora Vale deverá desembolsar R$ 380 milhões para compensar e reparar os danos causados em Macacos, distrito da cidade de Nova Lima (MG), situada na região metropolitana da Belo Horizonte. Em 2019, diversas famílias precisaram deixar suas casas na comunidade, após a elevação do nível de emergência da barragem B3/B4 da Mina Mar Azul. Muitas delas ainda não puderam retornar. A situação também impactou a economia local, dificultando o comércio e reduzindo o turismo.
As medidas voltadas para a compensação e reparação dos danos foram estabelecidas em acordo assinado ontem (15) entre a mineradora, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG), o Ministério Público Federal (MPF) e a prefeitura de Nova Lima. Foi definido um valor total de R$ 500 milhões, mas R$ 120 milhões correspondem a despesas já efetuadas. Dessa forma, as novas obrigações previstas exigirão da Vale o aporte de R$ 380 milhões. O acordo também extinguiu duas ações movidas pelo MPMG, uma na esfera ambiental e outra de caráter socioeconômico.
Macacos, como popularmente é conhecido o distrito de São Sebastião das Águas Claras, foi uma das diversas localidades afetadas pela onda de evacuações que se seguiu após o rompimento da barragem da Vale ocorrida em janeiro de 2019 na cidade de Brumadinho (MG), causando 270 mortes e diversos impactos ambientais e socieconômicos. Dias após o episódio, a Agência Nacional de Mineração (ANM) e outros órgãos de controle iniciaram uma ofensiva fiscalizatória para prevenir novas tragédias similares.
Após esse pente-fino na situação das barragens, diversas estruturas perderam suas declarações de estabilidade, o que exige a paralisação e o acionamento automático do nível 1 de emergência. Nos casos classificados como nível 2 ou 3, as mineradoras foram obrigadas a organizar a evacuação de todo o perímetro que seria alagado em eventual tragédia e reparar a população. Em todo o estado de Minas Gerais, quase mil pessoas chegaram a ser retiradas de suas casas, embora boa parte já tenha sido autorizada a retornar.