Vale é incluída pelo governo federal na lista suja do trabalho escravo
Inserção ocorre após operação flagrar 309 pessoas nessas condições, na Mina do Pico, em Itabirito (MG)
Foto: Italo Bertão Filho
A Vale foi incluída no cadastro de empregadores responsabilizados por mão de obra análoga à de escravo. A companhia foi inserida na 'lista suja' do governo federal após uma operação flagrar 309 pessoas nessas condições, na Mina do Pico, em Itabirito (MG).
O caso aconteceu em fevereiro de 2015, mas só agora ocorreu a inclusão do nome da companhia na lista, após diversas intervenções judiciais. Com a derrota na Justiça, o nome foi inserido no cadastro.
Os envolvidos na época eram motoristas que levavam o minério de ferro pela estrada particular da Vale que liga duas minas no município. As denúncias apontaram que os trabalhadores eram submetidos a jornadas exaustivas, condições degradantes e foram vítimas de fraude, promessa enganosa e ameaça.
Em nota à imprensa, a Vale contestou a inserção e afirmou que adotará medidas para a exclusão. "Foi proferida decisão judicial em maio de 2024 que reconhece indevida a lavratura de auto de infração em razão da fiscalização ocorrida em 2015, o que torna indevida sua inscrição no cadastro", afirmou.
"A Vale repudia toda e qualquer forma de desrespeito aos direitos humanos, e às condições indignas de trabalho, e reforça seu compromisso, alinhado com suas políticas, na manutenção de condições dignas para toda sua cadeia produtiva", completou.
Criada em 2003, a 'lista suja' do governo é atualizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Os nomes dos empregadores são incluídos após os autuados exercerem o direito de defesa em duas instâncias na esfera administrativa e lá permanecem por dois anos.