"Vamos aguardar as investigações, mas tudo indica participação de militares de alta patente", diz Gilmar Mendes sobre plano para matar Lula
Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) deu entrevista nesta terça-feira (19)
Foto: Fellipe Sampaio /SCO/STF
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF) declarou que o plano de golpe e tentativa de assassinato de Lula, Alckmin e o ministro do STF, Alexandre de Moraes revelado pela Operação da Polícia Federal é "extremamente grave". A declaração foi feita durante entrevista ao "Estúdio i" da Globo News nesta terça-feira (19).
"É extremamente grave, porque envolve participantes das Forças Armadas", disse Gilmar. "Vamos aguardar as investigações, mas tudo indica participação de militares de alta patente nesse complô, uma iniciativa completamente danosa para a própria democracia", completou.
O ministro do STF Alexandre de Moraes tornou pública a decisão que autorizou a operação da Polícia Federal que prendeu quatro militares do Exército e um agente da PF. Em 2022 o grupo é suspeito de organizar e executar plano que tinha com finalidade prender e assassinar Lula, então presidente eleito, seu vice Geraldo Alckmin e o ministro Moraes, que à época presidia o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Ele também relatou sobre o atentado ao STF realizado na semana passada e criticou a possibilidade de anistia a golpistas que estavam presentes no crime feito contra a democracia no dia 8 de Janeiro de 2023.
"Acho incogitável se falar em anistia nesse quadro. Seria até irresponsável. Tenho vários interlocutores no meio político e não me parece que faça sentido", comentou.
Entenda
A Polícia Federal (PF) cumpriu cinco mandados de prisão preventiva contra grupo criminoso que planejou matar o presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin, após as eleições gerais de 2022. As investigações, que deram origem à ação iniciada nesta terça-feira (19), apontam que os criminosos planejavam um golpe de Estado para impedir a posse do governo eleito e prejudicar as ações do Poder Judiciário.
De acordo com a PF, o plano do grupo criminoso seria executado no dia 15 de dezembro de 2022 e foi chamado de "Punhal Verde e Amarelo".
Além dos assassinatos de Lula e Alckmin, os criminosos também planejavam prender e matar o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
Na ação, quatro militares e um policial federal foram presos, no Rio de Janeiro e em Brasília, respectivamente.
Dois deles estavam trabalhando na segurança de autoridades no G20. Exceto o policial, todos estão entre os chamados "kids pretos", que são militares da elite, das Forças Especiais do Exército. Além dos assassinatos de Lula e Alckmin, eles também planejaram prender e matar Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal, que estava sendo monitorado.