"Vamos definitivamente tirar o poder da organização chamada crime organizado", afirma Lula sobre GLO
Decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) entrou em vigor na última segunda-feira (6)
Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta terça-feira (7) que o governo federal tomará medidas decisivas para conter o poder do crime organizado nos portos do Rio de Janeiro, de Itaguaí (RJ) e de Santos (SP), bem como nos aeroportos do Galeão (RJ) e de Guarulhos (SP). O decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), assinado por Lula na última quarta-feira (1º) e em vigor desde a última segunda-feira (6), tem validade até maio de 2024.
"A gente está tratando isso com muita seriedade. Estamos combinados com os governadores, com PF, Exército, Marinha, Aeronáutica, Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional. Nós vamos definitivamente tirar o poder da organização chamada crime organizado", afirmou Lula durante o programa Conversa com o Presidente.
A GLO concede ao Exército, à Marinha e à Aeronáutica a autoridade para agir nos locais designados, de maneira análoga à atuação da Polícia Federal. Essas missões são executadas exclusivamente por ordem do presidente da República, quando as forças tradicionais de segurança pública não conseguem manter a ordem. A GLO confere temporariamente aos militares a autorização para agir com poder de polícia até que a normalidade seja restabelecida.
As operações serão coordenadas por um comitê integrado pelas Forças Armadas, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Penal Federal, sob a supervisão dos ministérios da Justiça e Segurança Pública e da Defesa. Um total de 2.000 militares do Exército, 1.100 da Marinha e 600 da Força Aérea estarão envolvidos na iniciativa.
No final de outubro, em um encontro com a imprensa, Lula havia declarado que não haveria intervenção federal na área de segurança nos estados nem decreto de GLO. No entanto, o ministro Flávio Dino esclareceu que a GLO assinada pelo presidente é específica para áreas de competência do governo federal, e não para locais sob jurisdição dos governos estaduais. Portanto, não se trata de um recuo, mas sim de uma medida direcionada para fortalecer a atuação das Forças Armadas em colaboração com as polícias federais.