Variante Delta faz estrangeiro retirar R$ 7 bi da Bolsa brasileira em julho
Déficit interrompe um fluxo que vinha positivo desde março
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Diante da rápida disseminação da variante Delta do novo coronavírus, investidores estrangeiros se mostram preocupados e retiram recursos da Bolsa brasileira em julho. Dados da B3 até o dia 28 mostram uma saída de R$ 7 bilhões, interrompendo um fluxo que vinha positivo desde março, com impulso de grande liquidez global e de um maior otimismo com o avanço da vacinação contra a Covid-19.
Os dados mostram ainda uma maior preocupação dos investidores sobre a recuperação da economia em todo o mundo e a possibilidade, com a variante Delta, de imposição de novas restrições. Essa realidade de insegurança motiva esses investidores a buscarem por ativos mais seguros, com a retirada de dinheiro de países emergentes.
Apesar da onda de retirada de recursos em julho, o saldo no ano segue positivo em R$ 41 bilhões, conforme dados da Bolsa. Em julho, porém, o sinal se inverteu. O dado de fluxo de investimentos não considera a entrada de recursos de estrangeiros em ofertas de ações, fluxo que começou a ganhar ritmo recentemente. No ano passado, o fluxo de capital estrangeiro na Bolsa brasileira foi negativo em R$ 32 bilhões.
Especialistas apontam que a bolsa brasileira, que no início da pandemia sofreu mais do que outras localidades, vem se recuperando, mesmo que em um ritmo ainda lento. No ano, o Ibovespa, principal índice da B3, acumula alta de 5,6%, enquanto os principais índices dos Estados Unidos sobem acima de 10%. O S&P 500, por exemplo, acumula valorização de cerca de 17%. Pela Europa, são poucos exemplos de valorização abaixo do Ibovespa, como o principal índice da bolsa turca, que está no negativo.
Mesmo que os estrangeiros tenham retirado recursos da Bolsa brasileira em julho, importantes fundos globais estão entrando em ofertas de ações, que neste ano já bateram o recorde de volume do ano passado. Prova disso veio há poucos dias, com a oferta subsequente do Magazine Luiza. Do total da oferta, que girou R$ 4 bilhões, 75% ficaram nas mãos dos gringos.
