Varíola dos Macacos: população LGBT+ teme estigmas ligados à transmissão
Infectologistas reforçam que transmissão da doença independe da orientação sexual
Foto: Reprodução/ Unsplash
O aumento dos casos de varíola dos macacos despertou uma preocupação além da questão sanitária, os médicos e entidades LGBT+ estão empenhados em combater o preconceito em torno da doença.
Dados da Organização Mundial de Saúde apontam que, até o fim de julho, 98% dos casos notificados são de homens que fazem sexo com homens. Isso levou o diretor-geral da OMS a recomendar que homens que mantêm relações homossexuais reduzam, neste momento, o número de parceiros sexuais.
No Brasil, o que se sabe até o momento é que 95% dos casos registrados são de homens com idade média de 33 anos, mas não há informações detalhadas acerca do perfil demográfico. No entanto, o país já começa a observar mudanças em torno dessa população.
A mensagem da OMS provocou preocupação na população LGBTI+. Preocupação com a doença, e também com o risco de sofrer com mais um estigma, associar essas pessoas a uma doença é algo que já aconteceu antes.
Médicos explicam que, assim como o HIV, o vírus que provoca a varíola dos macacos também pode ser transmitido durante qualquer relação sexual, não apenas entre homens.
Quando a Aids começou a se espalhar no começo da década de 1980, fazendo muitas vítimas entre homens que se relacionavam com outros homens, chegou a ser chamada de "peste gay". Há décadas, estudos já comprovaram que a transmissão do vírus da Aids não depende da orientação sexual.
E a relação sexual não é a única forma de transmissão.
MAIOR RISCO
Contato direto com lesões de pele, casquinhas e fluidos corporais;
Contato sexual íntimo – neste caso a camisinha não é suficiente para prevenir a transmissão do vírus da varíola dos macacos.
RISCO AUMENTADO
- Beijar;
- Ficar agarradinho;
- Dançar em uma festa em ambiente fechado com pessoas sem camisa ou não completamente vestidas.
RISCO INTERMEDIÁRIO
- Compartilhar bebidas, talheres e utensílios;
- Compartilhar a cama, toalhas e itens e higiene;
- Dançar em uma festa em ambiente fechado com pessoas completamente vestidas.
RISCO BAIXO
- Dançar em uma festa em ambiente externo com pessoas completamente vestidas;
- Ambiente de trabalho;
- Experimentar roupas em uma loja;
- Encostar em maçanetas;
- Viajar de avião ou ônibus;
- Tomar banho ou nadar em piscinas, banheiras, rios, mar e cachoeira;
- Usar banheiro público;
- Usar transporte público;
- Ir ao supermercado, bares ou academia.