Veja vídeo: Médico chama Rui Costa e Fabio Villas Boas de "Deuses da Morte"
Ele afirma que governo segura hidroxocloroquina e prejudica pacientes
Foto: Reprodução
Um médico, Dr Djalma Duarte - Cremeb 8072 - que está trabalhando na linha de frente para o combate do novo coronavírus, usou as redes sociais nesta sexta-feira (26), para denunciar o descaso dos órgãos públicos referente a medicação do tratamento da Covid-19, para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Em seu relato, ele fala do cansaço e denuncia o fato de tentar prescrever o receituário de medicamento da hidroxicloroquina e os pacientes não conseguirem comprar nas farmácias sendo que só é possível para quem necessita deste medicamento, mesmo em casos muito graves receber através do Dires (Diretoria Regional de saúde)
"Para que os meus pacientes possa usar o remédio, eu tenho que fazer um relatório, paciente por paciente, para que o prefeito da cidade encaminhe uma ambulância para buscar os medicamentos, na Diretoria Regional de Saúde (Dires), que fica a mais de 200 quilômetros de distância. A hidroxocloroquina, não tem na cidade em lugar nenhum, em farmácia nenhuma porque o governador do estado, Rui Costa e o secretário de saúde, Fábio Villas Boas, estabeleceram esta regra. Nós médicos, temos que fazer relatório e mandar para eles, os deuses da morte, liberarem. Deuses da morte, porque os pacientes estão morrendo por causa deles, os políticos. Como é que, médico, prescrevo um paciente agora, em condições graves e tenho que aguardar decisão política?", descreve ele ao contar o caso de três pacientes com fatores de risco, na unidade pública do interior da Bahia, a qual ele trabalha a cada 15 dias.
Em seu relato, ele conta que um paciente, testado positivo para a doença, teria feito a oximetria de 80, e seria transferido para a Unidade de terapia intensiva (UTI), mas não poderia dar o medicamento, já que há escassez. Para que o enfermo fizesse o uso da hidroxicloroquina, ele retrata que pela não acessibilidade do medicamento, e a distância que ele se encontra o "o infectado, em estado grave, teria que esperar mais de 24 horas pelo remédio", o que poderia dificultar um resultado positivo no tratamento.
O profissional de saúde continua dizendo que esse fator só aconteceria "se o governador do estado Rui Costa e o secretário de saúde Fábio Vilas Boas, acharem que é o correto" dar a medicação para o paciente em questão.
Atualmente, a hidroxicloroquina está sendo usada para o tratamento da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Ela é conhecida por ser um medicamento de uso controlado que tem efeito imunomodulador que fornecem aumento da resposta imune contra determinados microrganismos. Na acusação, ele lembra do fato da Bahia possuir 40 mil comprimidos, afirmando que estariam "estocados" e não seriam de fácil acesso como divulgados nas mídias, "não havendo nem disponibilidades nas farmácias", conclui.
"A prefeitura não tem comprimido, o médico atende os pacientes nos hospitais, nas emergências, dá o diagnóstico e não pode prescrever, porque eles estabeleceram essa regra criminosa", continua ele lembrando que além do plantão dado, estaria sem dormir fazendo os "relatórios e visitando pacientes por pacientes".
Ao final, ele pede um posicionamento e uma mudança, chamando o governo de "medíocre", e que os a população tem assistido "crimes em cima de crimes".