Venezuela solicita que líder opositor seja colocado em lista vermelha da Interpol
Leopoldo López ficou vários anos preso na Venezuela, e mora na espanha desde 2020
Foto: Reprodução/Redes Sociais
O procurador-geral da Venezuela, Tarek Saab, declarou na última segunda-feira (13) que o gabinete dele requisitou um mandado de prisão e um anúncio vermelho da Interpol para o líder da oposição Leopoldo López, que ficou vários anos preso na Venezuela e, atualmente, mora na Espanha desde 2020.
López condenou o governo nos últimos dias no decorrer dos protestos da oposição contra a terceira posse do presidente Nicolás Maduro. Lopez declarou no X no sábado (11) que uma sugestão do ex-presidente colombiano Álvaro Uribe de que uma intervenção militar era precisa na Venezuela deveria ser “seriamente considerada”.
Maduro teve a posse para outro mandato de seis anos na sexta-feira (10), ainda que haja a disputa sobre quem ganhou as eleições de 2024. Ele comanda o país desde 2013 e dirigiu uma longa crise social e econômica.
López é investigado por incentivar a utilização de armas contra o Estado, traição, conspiração e associação criminosa, afirmou Saab em comentários na televisão estatal.
O opositor foi detido na Venezuela em 2014 por comandar protestos contra Maduro e depois de um tempo foi para prisão domiciliar em 2017. Em 2019, retornou aos protestos de rua e depois procurou abrigo na casa do embaixador espanhol, saindo da Venezuela em 2020.
López não respondeu de forma imediata a uma solicitação de comentário, porém um porta-voz de seu partido Vontade Popular afirmou que recusou categoricamente a solicitação de mandado.
Um aviso vermelho da Interpol é uma solicitação realizado às autoridades policiais por todo o mundo para que uma pessoa culpada de um crime grave seja achada e presa.
A Interpol não respondeu logo a uma solicitação de comentário.
Maduro foi anunciado o vencedor das eleições presidenciais de julho pela autoridade eleitoral e pelo tribunal superior da Venezuela, ainda que os números aprofundados que comprovam a vitória nunca tenham sido divulgados.
A oposição da Venezuela declara que as contagens nas urnas revelam uma vitória expressiva do seu ex-candidato Edmundo González, que é reconhecido como presidente eleito por diversos países, até os Estados Unidos. Observadores eleitorais internacionais afirmaram que a votação não foi realizada de forma democrática.
Desde a época das eleições, Gonzalez foi para Espanha, a sua aliada Maria Corina Machado ficou escondida na Venezuela e figuras de destaque da oposição e manifestantes foram presas.
González tinha prometido voltar para à Venezuela para tomar posse como presidente, porém a oposição declarou na tarde de sexta-feira que isso não era viável por agora.