Verão 2024 promete movimentar cintura e bolso de baianos e turistas que visitam Salvador
Período do ano costuma ser um dos que mais movimentam a economia local
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Com a chegada do final do ano, a expectativa para o Natal e Ano Novo e o período de festas não fica restrita a quem quer aproveitar as ceias de final de ano e aos ensaios de carnaval, mas também para quem planeja utilizar o período de férias para alavancar os ganhos. Com as expectativas de um verão movimentado na capital baiana e no interior do estado, baianos já se movimentam em busca de estratégias para que o aquecimento não fique apenas nos termômetros, mas também no bolso.
Entre as categorias que costumam esperar com ansiedade por esse período do ano estão as dos vendedores ambulantes, empreendedores e autônomos. Eles, que estão presentes em todos os cantos da cidade de Salvador, seja nas ruas, nos ônibus e até mesmo dentro dos vagões de metrô, são responsáveis por movimentar boa parte da economia local, aproveitando-se, seja das areias lotadas ou das ruas movimentadas, para vender seus produtos e movimentar, também, a economia local.
Cenário Local
De acordo com a Secretaria Municipal de Ordem Pública (SEMOP), Salvador possui 8.345 ambulantes licenciados pela prefeitura para a comercialização de produtos na capital. Os bairros com os maiores índices de vendedores, licenciados entre os anos de 2020 e 2022, são: Centro, Barra, Pituba, Itapuã e Comércio.
No entanto, este número está longe de retratar a realidade de uma cidade dominada por profissionais autônomos, já que a maioria deles não é licenciada pela prefeitura de Salvador. O município tem enfrentado, inclusive, um aumento no número de ambulantes e alguns fatores podem explicar essa mudança de cenário. Um deles é a crise econômica que atingiu o país nos últimos anos, deixando muitas pessoas desempregadas e sem alternativas para obter renda. Dessa forma, é nas ruas que essas pessoas encontram uma saída para garantir o sustento de suas famílias.
Oportunidades
O pasteleiro Edmundo de Oliveira está entre os ambulantes que não são licenciados pela prefeitura municipal de Salvador e que também costuma marcar presença nas principais festas populares da capital. Ele, que possui um estabelecimento de pastéis no bairro da Federação, costuma aproveitar o período de férias e de festas populares para incrementar a renda.
“Esse período funciona como o meu décimo terceiro. A diferença é que eu preciso trabalhar dobrado, triplicado, pra ter esse ganho. Mas, no fim das contas, vale a pena. O lucro é, quase sempre, muito bom e dá um respiro para mim e para a minha família, principalmente nas dívidas de início de ano, que costumam ser muitas”, conta.
O aumento das demandas é visto também pela costureira Creuza Bastos, moradora do bairro da Liberdade, na capital baiana, e que se especializou na personalização de abadás. Ela encontra na família o apoio que precisa para tocar o seu próprio negócio, que, segundo ela, foi passado de geração para geração.
“Minha mãe começou com toda essa história há décadas atrás. Tudo que eu sei hoje, boa parte aprendi com ela. Hoje em dia, faço questão de repassar também para meus filhos e sobrinhos. Inclusive, são eles que me ajudam com a alta temporada, principalmente com a aproximação do Carnaval, quando a procura pela personalização de abadás aumenta. Esse período de festas e verão para mim é sinônimo de alegria, tanto pelo extra que entra no bolso, mas também por ter a família mais unida”, comemora ela.
Impacto na Economia
Entre os eventos mais esperados do verão baiano está o Carnaval de Salvador. A festa, que pode ser considerada a maior do âmbito sócio-econômico-cultural do Brasil, tem um importante papel na cultura, turismo, economia e também tem um grande cunho social. Isso é especialmente relevante se considerarmos que o turismo é um dos segmentos mais importantes de nossa economia, sendo um grande gerador de emprego e renda.
A economia do Carnaval e os impostos gerados têm um papel democrático e significativo na distribuição de renda, contribuindo para empregos e aumento de receita em vários setores, como ambulantes, seguranças, costureiras, produtores, garçons, técnicos de som e luz, eletricistas, funcionários de hotéis, bares e restaurantes, músicos, motoristas de táxis e aplicativos, vans e diversas microempresas.
Mas, apesar do Carnaval soteropolitano ser o principal protagonista do Verão, não é apenas ele o responsável por este cenário. Os ensaios, as micaretas, lavagens, festivais, shows e o tradicional pré-carnaval também representam uma boa fatia da transformação proporcionada por esse período do ano.
Este ano, o Carnaval movimentou cerca de R$ 2 bilhões na economia de Salvador, o maior da história da cidade, de acordo com o prefeito Bruno Reis. O gestor também destacou que a capital “nunca” recebeu tantos turistas como nesse ano e que isso ajuda a gerar mais de 50 mil empregos diretos e indiretos no período.
Expectativas para 2024
Para o ano que está perto de se iniciar, as expectativas também seguem em alta. Apesar de os números ainda não terem sido divulgados oficialmente, 2024 deve seguir, de perto, o que foi o ano de 2023 durante o primeiro trimestre do ano, principalmente por conta do turismo que está a todo vapor na capital baiana.
Entre diversos levantamentos que apontam Salvador como um dos destinos preferidos dos viajantes, destaca-se um realizado pela plataforma de hospedagem Airbnb, que aponta a capital como a 9ª cidade mais procurada por turistas de todo o mundo. A cidade lidera as preferências no Brasil ao lado de Rio de Janeiro e Maceió.
Além disso, o estado da Bahia desponta como o estado da região Nordeste com o maior número de voos extras durante o Carnaval de 2024. Tudo isso aponta para um cenário já conhecido dos baianos e daqueles que já estiveram aqui antes: muito calor, axé, alegria e, para aqueles que se divertem ou trabalham, muito dinheiro no bolso - seja para gastar ou ganhando!
Fotos:
Márcio FIlho/MTUR
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