Vereador e 13 funcionários são afastados da Câmara Municipal de Ipojuca por suspeita de ‘rachadinha’
Polícia Civil cumpriu 23 mandatos de busca e apreensão
Foto: Câmara Municipal do Ipojuca/Divulgação
Um vereador e 13 funcionários ligados ao gabinete dele foram afastados dos cargos, na cidade de Ipojuca, nesta terça-feira (5), após a Polícia Civil iniciar uma operação para investigar um esquema de "rachadinha" na Câmara Municipal, na cidade de Recife
A polícia preferiu não divulgar a identidade do parlamentar afastado. Ainda estão sendo cumpridos 23 mandados de busca e apreensão dentro da operação nomeada de “Fetta”, nas seguintes cidades pernambucanas:
Ipojuca, inclusive na Câmara Municipal;
Cabo de Santo Agostinho;
Jaboatão dos Guararapes;
Juazeiro (BA).
A investigação foi iniciada em janeiro de 2023, tem por objetivo identificar e acabar uma organização criminosa, voltada para os crimes de lavagem de dinheiro e peculato – que é o crime contra a administração pública em que o funcionário rouba ou desvia dinheiro em benefício próprio, segundo a Polícia Civil.
De acordo com o delegado Paulo Furtado, do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Draco), o esquema criminoso praticava a "rachadinha", que é quando um servidor público devolve parte de seu salário para o parlamentar ou secretário hierárquico a partir de um acordo pré-estabelecido ou como exigência para exercer a função.
"Iniciou-se a investigação do fato, que chegou à autoria, e restou comprovado, devidamente demonstrado, que ele contratava assessores e solicitava que esses referidos assessores passassem parte dos valores percebidos. E esses valores recebidos, ele muitas vezes desviava para pessoas jurídicas, visando lavar o dinheiro. [...] Visando ocultar a origem dos valores, ele desviava para as pessoas jurídicas", afirmou Paulo Furtado.
Os alvos dos mandados são, além do vereador, funcionários comissionados da ativa e outros que já foram exonerados durante a legislatura. A Polícia Civil não divulgou nenhum nome das pessoas investigadas.
Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, a Polícia Civil apreendeu munições, documentos, celulares e outros dispositivos. A operação “Fetta” é vinculada à Diretoria Integrada Especializada (Diresp), sob a presidência do delegado Breno Maia, titular da 1ª Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor), unidade integrante do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco).
Foram empregados 150 policiais na operação - entre delegados, agentes e escrivães — com assessoramento da Diretoria de Inteligência da Polícia Civil de Pernambuco (Dintel) e apoio operacional do Comando de Operações e Recursos Especiais (Core), De acordo com a Polícia Civil.