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Vice do PT que acusou Anielle quer entregar a Lula livro com críticas à "faxina ética" de Dilma

Washington Quaquá pretende fazer a entrega durante a comemoração do aniversário do PT no sábado (22), no Rio de Janeiro.

Por FolhaPress
Ás

Vice do PT que acusou Anielle quer entregar a Lula livro com críticas à "faxina ética" de Dilma

Foto: Zeca Ribeiro e Billy Boss/Câmara dos Deputados

Prefeito de Maricá (RJ) e vice-presidente do PT, Washington Quaquá quer dar ao presidente Lula (PT) um exemplar do livro em que coloca a "faxina ética do governo Dilma Rousseff" na origem da crise que levou ao impeachment dela e culminou com a prisão do petista.

Ele pretende fazer a entrega durante a comemoração do aniversário do PT no sábado (22), no Rio de Janeiro.

Quaquá esteve nos últimos dias nos holofotes por pedir uma investigação contra a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Ele acusa a integrante do governo Lula de ter sido responsável pela indicação de um suposto funcionário fantasma no município durante a gestão passada. Anielle nega qualquer irregularidade.

Os atritos entre os dois começaram no mês passado, quando ele fez uma postagem sugerindo a inocência de Chiquinho e Domingos Brazão, apontados como mandante do assassinato de Marielle Franco, irmã de Anielle.

Em seu livro "Diálogos com a Utopia", Quaquá afirma que "foi no governo Dilma que se cultivou o adubo da criminalização da política e que se criaram as condições para a Lava Jato tentar destruir o país e desmontar o projeto democrático e popular conduzido por Lula e pelo PT".

Eleita em 2010 para suceder Lula, Dilma demitiu seis ministros ainda em seu primeiro ano de governo, após denúncias de corrução, sinalizando que não iria tolerar desvios éticos.

O primeiro demitido foi Antonio Palocci, então titular da Casa Civil, exonerado após a Folha de S.Paulo revelar que ele enriqueceu trabalhando como consultor para bancos e empresas privadas. A sequência de demissões passou a ser chamada de "faxina ética".

Embora afirme que o impeachment da ex-presidente representa uma quebra do pacto democrático, Quaquá diz que o processo também foi fruto da falta de capacidade do governo Dilma de conseguir maioria na Câmara dos Deputados, devido ao esgarçamento das relações com o centro e a uma política de alianças deliberadamente feita para privilegiar uma minoria no Parlamento.

Segundo ele, o que chama de avanço do lavajatismo e da criminalização da política tinha apoio no Ministério da Justiça e no Ministério Público, cujos comandos tinham sido nomeados pela então presidente.

O dirigente menciona ainda uma tentativa de parte da esquerda de deixar que o presidente Lula fosse criminalizado.

No livro, Quaquá afirma que a Operação Lava Jato foi montada com colaboração e a parcimônia do PT e do governo Dilma Rousseff. "Porque não podemos nos esquecer que o colchão do presidente Lula foi revirado, e o computadorzinho de seu neto foi levado de sua casa, invadida pela Polícia Federal do governo Dilma, comandada pelo ministro da Justiça José Eduardo Cardoso até 29 de março de 2016". escreveu.

O livro faz críticas ao que chamou de "esquerda lacerdista" ou "udenista", que, segundo ele, projetou a imagem de que Dilma estaria à esquerda de Lula e que houve complacência com a corrupção nos governos anteriores ao dela.

"Fato é que essa lógica da "faxina ética", encampada pelo governo Dilma Rousseff sob o argumento de resposta ao clamor popular por integridade e transparência na administração pública, foi capturada e explorada pela mídia e pela elite econômica, transformando-se em um instrumento para enfraquecer forças políticas de esquerda. Ainda assim, a esquerda teima em cair no falso moralismo da mídia empresarial e da classe média ressentida, onde muitos de nossos quadros têm origem", diz.

Criticando o abandono da política de alianças inaugurada no governo Lula, Quaquá defende a necessidade de o PT liderar um bloco amplo, com inclusão do centro e setores do empresariado nacional.

Controverso, Quaquá critica a ênfase em "pautas comportamentais" em detrimento das questões econômicas e sociais. Ele argumenta que a esquerda moderna, com foco em pautas identitárias, tem se afastado da classe trabalhadora e perdido o foco na luta de classes. Ele defende a necessidade de o PT retomar o contato com as periferias e as classes populares, onde a recepção a essas pautas é negativa.

Para Quaquá, o PT precisa se adaptar aos novos tempos, reconhecendo a mudança na estrutura da classe trabalhadora e a necessidade de um projeto nacional que vá além do lulismo. Ele propõe que o partido se torne o "guardião do lulismo", consolidando um projeto de longo prazo para o Brasil, com foco na justiça social e no desenvolvimento econômico e tecnológico.

O texto apresenta um livro de Washington Quaquá, "Diálogos com a Utopia," que discute a estratégia da esquerda brasileira para construir um socialismo democrático.
 

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