Vice-presidente da Braskem será ouvido por CPI nesta terça-feira (14)
Comissão investiga responsabilidade da mineradora no afundamento do solo em bairros de Maceió
Foto: Reprodução/Redes Sociais
A CPI da Braskem vai ouvir, nesta terça-feira (14), à partir das 9h, o vice-presidente da empresa, Marcelo de Oliveira Cerqueira, e o engenheiro e responsável técnico pelas minas da mineradora, Paulo Roberto Cabral de Melo. A participação dos dois foi aprovada na forma de convocação, ou seja, a presença é obrigatória, e eles serão ouvidos na condição de testemunhas.
As convocações atendem um requerimento apresentado pelo presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), e do relator, senador Rogério Carvalho (PT-SE).
Segundo Aziz, a ideia de convocar o vice-presidente da Braskem surgiu após depoimento do diretor global de Pessoas, Comunicação, Marketing e Relações com a Imprensa da empresa, Marcelo Arantes, informar que Marcelo de Oliveira Cerqueira seria a pessoa com conhecimento técnico adequado para oferecer respostas aos questionamentos que são objeto de investigação da CPI.
No último final de semana, o vice-presidente da mineradora entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para ter garantido o direito ao silêncio durante seu depoimento.
Já Paulo Roberto Cabral de Melo, engenheiro e responsável técnico pelas minas da Braskem, foi gerente-geral da planta de mineração da Salgema Mineração Ltda (hoje Braskem S.A.), em Maceió, de 1976 a 1997. Ele atuou ainda como consultor para a Braskem por meio de sua empresa Consalt Consultoria Mineral Ltda, onde atualmente é sócio-diretor.
O engenheiro faltou a depoimento na semana passada, após ser beneficiado com um habeas corpus concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. No entanto, o instituto obrigava o comparecimento do convidado à CPI, com o direito de permanecer em silêncio nas perguntas que pudessem incriminá-lo.
Em dezembro do ano passado, Cabral de Melo foi alvo de uma operação da Polícia Federal no inquérito que investiga o afundamento do solo em Maceió. Ele também já teve os sigilos quebrados pela CPI.
Criada por meio de requerimento do senador Renan Calheiros, a CPI investiga os efeitos da responsabilidade jurídica e socioambiental da mineradora Braskem no afundamento do solo em vários bairros de Maceió. A empresa extrai sal-gema — utilizado, por exemplo, na fabricação de PVC — desde os anos 1970 nos arredores da Lagoa Mundaú, na capital alagoana.