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Vídeo: Águas do Abaeté correm risco de secar: Yalorixá Jaciara Ribeiro denuncia construção que pode findar lagoa

Segundo a líder religiosa, Prefeitura de Salvador liberou a construção de empreendimento na área do antigo campo de golfe do Abaeté

Por Inara Almeida
Ás

Atualizado
Vídeo: Águas do Abaeté correm risco de secar: Yalorixá Jaciara Ribeiro denuncia construção que pode findar lagoa

Foto: Divulgação

Um novo empreendimento na área do antigo campo de golfe do Abaeté ameaça secar a lagoa, denuncia a Yalorixá Jaciara Ribeiro. Após audiência pública na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) para debater a construção, a líder religiosa e ativista convocou pessoas de religião de matriz africana para manifestação a favor da proteção do espaço não apenas como território religioso, mas que possibilita o “direito à vida, à água e a plantar, comer, e viver”. Trata-se de um condomínio de 160 casas da empresa Santa Helena, responsável por construções famosas na cidade e linha verde, como o Porto Trapiche, no Comércio, e o complexo hoteleiro Iberostar.

Conforme a fala do professor Marco Antônio Tomasoni, do Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia, durante a audiência pública, com o processo de urbanização da APA a área perde infiltração pluvial e são as águas da chuva que recarregam todas as lagoas, inclusive a Abaeté. As lagoas são interligadas e com a ocupação do solo há devastação e degradação que culminarão, fatalmente, na morte de todas elas. A lagoa do Abaeté, disse, é um sujeito de direito que “precisa ser respeitado”.

Em entrevista ao Farol da Bahia, a Yalorixá ressaltou a importância do território para as pessoas de axé e à população do bairro de Itapuã e manifestou repúdio à gestão do prefeito Bruno Reis, responsável por liberar a construção. “Estou extremamente decepcionada com a questão política porque a prefeitura não está autorizada. Ele [Bruno Reis] está dando autorização como se estivesse vendendo a cidade, dando alvará”, destaca Jaciara.

Segundo ela, desde 2019, quando começaram as intervenções, a lagoa iniciou um processo de desaparecimento. Além da grande construção, Jaciara conta que há uma especulação sobre os hoteis localizados no entorno que fazem perfurações e ‘sugam’ as lagoas.

"Eles não conseguem entender que estão fazendo um grande mal para o futuro do país. Porque a gente não está tendo nem como respirar direito, né? O aquecimento global, já vários países falam sobre isso, né? E ninguém entende, acha que é só o calor, acha que é só a chuva", disse.

Durante a assembleia na ALBA, os ambientalistas defenderam que a construção é irregular e precisa ser cancelada. Eles também se queixaram que a cidade está sem Conselho Municipal de Meio Ambiente desde 2021.

Procurada, a Secretaria Municipal de Comunicação, inicialmente, mostrou desconhecer o empreendimento e se limitou a responder que "uma obra desse tamanho" também deve ter licença do governo do Estado. A Secretaria de Comunicação Social do Estado da Bahia não respondeu à tentativa de contato até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto.

Veja vídeo da denúncia: 


 

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