Vídeo: Após quatro anos fechado, Museu da Misericórdia é reaberto com espaço revitalizado; confira projetos para 2025
Até o dia 20 de fevereiro, o museu está com uma exposição inédita sobre o ‘Cotidiano Lírico de Floriano Teixeira’
Foto: Reprodução/SantaCasa
O Museu da Misericórdia localizado no Centro Histórico de Salvador, reabriu as portas para visitação, nesta terça-feira (17) depois de quatro anos fechado para um projeto de restauração, revitalização e requalificação. O equipamento, que serviu para abrigar o primeiro hospital da Bahia, pertence à Santa Casa de Misericórdia, e é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Fundado em 2006, o museu foi criado para preservar a história da Santa Casa, que se entrelaça com a história de Salvador. A museóloga, Osvaldina Cézar, contou que ao Farol da Bahia, que contém um núcleo de exposição que fala sobre a memória da saúde, utilizando diversos estilos artísticos, hábitos e costumes, que ajuda a entender a dinâmica da sociedade com o passar do tempo.
O prédio é um palacete do século XVII - um pequeno palácio - que teve um investimento de R$11,3 milhões. A obra foi coordenada pela Superintendência de Obras Públicas (Sucop) , e os recursos necessários vieram da Prefeitura de Salvador e do Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD), do Ministério da Justiça.
Osvaldina também deu detalhes sobre as mudanças no Museu da Misericórdia depois da obra: tanto as pinturas, quanto o teto da Igreja foram revitalizados, revelando pinturas antigas que se degradaram com o passar dos anos.
"Nós conseguimos identificar nelas [nas pinturas] os quatorze princípios de misericórdia, elas estavam muito oxidadas, muito escurecidas. Os altares, tanto o altar Mor, quanto os laterais, sofreram processos de prospecção, estavam todos pintados de branco e a gente conseguiu trazer a pintura original que é um marmorizado com tons de pasteis coloridos. O teto também estava descolorido e nós descobrimos uma pintura floral belíssima".
Alguns espaços de exposição também foram ampliados, por exemplo a exposição de José Joaquim da Rocha, intitulada como “Procissão dos Fogaréus” e “Os 14 princípios de misericórdia”. O museu também está mais acessível para os visitantes, com elevador e um novo circuito de iluminação.
"Nós estamos abrindo um circuito novo de visitação, agora, adaptamos com iluminação, com acessibilidade, o interior da cisterna do museu que pode ser acessada. E, além disso, nós criamos também um auditório para cem lugares, nós não tínhamos esse espaço dentro do museu; criamos salas administrativas e de trabalhos técnicos".
A antiga área chamada de ruína do museu, também foi revitalizada e agora tem um mirante com vista para a Baía de Todos os Santos. Osvaldina também disse que tem um espaço reservado para um café que será aberto em breve.
Foto: Santa Casa
A reabertura contou com uma exposição inédita de Floriano Teixeira
Na noite de segunda-feira (16), o museu organizou o lançamento da nova exposição do artista plástico Floriano Teixeira, e convidou artistas e autoridades, incluindo o prefeito Bruno Reis, que destacou a importância desta reabertura para os visitantes, principalmente para aqueles que vieram à cidade para aproveitar o Natal Luz Salvador 2024.
“Esse equipamento é muito importante para nossa cidade. É mais uma oferta cultural, tanto para nós, moradores, quanto para os milhares de turistas que visitam Salvador. A Rua Chile, hoje, talvez viva o melhor momento da sua história. Convido quem ainda não teve a oportunidade de visitá-la a aproveitar, especialmente agora, com o belíssimo Natal que realizamos”, disse o prefeito.
Floriano Teixeira foi um pintor e desenhista nordestino, nascido no Maranhão, e um grande nome para a cultura baiana e do Brasil. Osvaldina explicou que ele ficou um período no Ceará e fundou um museu histórico. Depois disso, ele se instalou na Bahia e também deixou sua marca, principalmente entre as belezas do Rio Vermelho. A exposição foi intitulada como ‘O Cotidiano Lírico de Floriano Teixeira’.
“Nós estamos com uma exposição de curta duração, ela fica aberta ao público até o dia 20 de fevereiro. Floriano diz que a pintura dele traduz a sua infância, o seu desejo, aquilo que ele convivia. Ela tem a curadoria de Simone Trindade, é a museóloga da Tecnomuseu, uma empresa parceira nossa”, disse Osvaldina.
“O inédito nessa exposição é que nós apresentamos 40 telas que pertencem a irmãos da Santa Casa. É um acervo particular, portanto, de pouco acesso, porque está na residência dessas pessoas. Na medida que a gente reúne esse conjunto e apresenta para um grande público, estamos democratizando e ampliando o acesso à essa produção do Floriano”.
O Museu da Misericórdia pretende retomar atendimento às escolas com nova exposição em 2025
A museóloga afirmou que já tem atividades programadas no auditório para o ano de 2025, voltadas para o público infantil até a terceira idade.
“A próxima exposição de curta duração é de uma artista visual, a Teca Portela, onde a gente vai apresentar a simbologia de flores, associada às festas populares de Salvador. Em breve, estaremos fazendo essa divulgação, ela vai entrar em março. Também temos uma série de ações educativas vinculadas a essa exposição, além de retomar a dinâmica do museu com atendimento às escolas, com as ações para as crianças, pro público da educação infantil até os grupos da terceira idade ”.
Confira a entrevista abaixo: