Vídeo: "Árbitro de vídeo não está obrigado a mostrar para o árbitro de campo todos os ângulos", diz Seneme na CPI
Declaração foi feita durante CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas nesta quinta-feira (6)
Foto: Lucas Magalhães
Durante a sessão da CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, o presidente da Comissão de Arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Wilson Luiz Seneme, afirmou que o árbitro do VAR pode escolher as imagens que mostrar para o árbitro de campo. A declaração foi rebatida pelo senador Carlos Portinho (PL-RJ) que considerou a conduta “grave”.
“O uso de câmeras, digamos assim, protocolarmente, pelos rolls de função, um árbitro de vídeo não está obrigado a mostrar para o árbitro de campo todos os ângulos que estão na cabine, nem todos os ângulos que ele visualizou, até porque o trabalho que...”
Durante o discurso ele é interrompido pelo senador Carlos Portinho (PL-RJ) que questiona: “então ele pode escolher o que ele manda para o árbitro do campo?”
Seneme afirma que sim, que o árbitro pode escolher, afirmando que é um protocolo.
Mas, o senador volta a questionar a ética da atitude durante as partidas e citou a situação do lance da partida entre Botafogo e Palmeiras que resultou na expulsão de um atleta do clube alvinegro. Nesta partida, os árbitros do VAR não mostraram as imagens ao árbitro.
“Não, mas isso é a vontade discricionária do árbitro da cabine do VAR. Isso é muito sério, Seneme, eu estou falando isso para o bem do futebol, isso já aconteceu, ninguém vai voltar ao campeonato, não estou dizendo se houve manipulação, não entro em clubismo. Mas você dizer que a cabine do VAR não é obrigada a mandar todos os ângulos para a elucidação do árbitro do campo, isso é seríssimo, e isso torna ainda mais sério a necessidade de investigação dessa partida”, disse.
E voltou a reforçar que não havia clubismo na avaliação, mas concordou com a sugestão da presidente do Palmeiras, Leila Pereira.
“E não tem nada a ver com Palmeiras, querer beneficiar ou prejudicar, e não tem nada a ver com a interpretação de novo. Pode ter interpretação e justificar como ela quiser. Isso é para quem entende que são vocês. Agora, o árbitro do VAR escolher o que que ele manda para o campo, então com toda seriedade, é melhor a sugestão da Leila Pereira. Põe um técnico ali de tecnologia de informática, ele pega o lance, fragmenta e manda para o árbitro do campo decidir. Porque isso é manipulação, isso induz. E se isso, como eu falei, aconteceu nessa partida, eu estou vendo que acontece em outras. Porque ele pode fazer isso, o árbitro do VAR, mandar as imagens que ele quiser”, concluiu.
Confira mais no vídeo abaixo: