Vídeo: Bruno Reis afirma que professores municipais estão sendo usados por sindicalistas e líderes políticos

O prefeito Bruno Reis (UB) comentou nesta sexta-feira (18) sobre a greve dos professores da rede municipal, que já dura mais de 70 dias. Segundo ele, a gestão tem buscado diálogo com a categoria e que pelo menos quatro propostas de acordo já foram realizadas, mas apontou que as negociações foram desfeitas por influência política.

“A gente manteve um diálogo permanente e, por pelo menos em quatro vezes, nós colocamos no papel compromissos presentes e futuros com a categoria e, quando chegava na assembleia, o acordo não era cumprido, e eles voltavam com mais exigências. A prefeitura chegou ao limite dos recursos disponíveis, recursos que é do cidadão que a gente tem a missão de gerenciar”, afirmou durante a entrega das obras de duplicação e requalificação da avenida Jorge Amado, no bairro do Imbuí.

Bruno ressaltou que os docentes receberam o maior reajuste salarial da história da capital baiana, com índices que variam de 9% a 18%, e fez um apelo pelo retorno às aulas, citando as recomendações do Ministério Público da Bahia (MP-BA).

“Tem o maior reajuste da história aqui na cidade, os professores tiveram um ganho de 9% a 18%, que é o dobro que qualquer outra cidade do Brasil deu de reajuste. Então, a gente faz um apelo para que os professores voltem após todas as recomendações do Ministério Público (MP-BA). Já temos hoje mais de 90% das escolas funcionando e esperamos que até o final do dia voltem 100%”, disse.

O prefeito também criticou que os líderes sindicais e pré-candidatos estariam influenciando a paralisação com interesses eleitorais. “E a gente espera que os professores, que estão sendo utilizados pelos sindicalistas e pelos líderes políticos que vão para a assembleia porque são candidatos para insuflar a categoria, entendam a grande crise que estão causando para os pais e para milhares de crianças na cidade”, afirmou.

Prefeito diz que professores ganham mais de R$ 9.200

Ainda durante a fala, Bruno Reis declarou que os professores da rede municipal ganham, em média, mais de R$ 9.200 por mês, valor superior ao piso nacional e à média do estado. 

“Se utilizasse o critério que o governo federal utiliza para pagamento do piso salarial dos auxiliares de enfermagem e dos enfermeiros, a gente já pagava o piso. Agora, para deixar de existir qualquer dúvida, a nova legislação já superou esse assunto. Hoje, considerando o reajuste que foi dado, considerando o aumento que teve pela incidência das gratificações, os professores de Salvador, e sem querer ofender a ninguém, ganham em média acima de R$ 9.200,00”, disse.

“Quando você pega a folha do magistério, divide pelo número de professores, dá um salário em média maior do que R$ 9.200,00. Para vocês terem ideia, todo o dinheiro que vem do Fundeb, que a prefeitura tinha que investir 70% na folha, nós investimos 100%. Depois, pegamos o dinheiro de vocês, cidadãos da cidade, mais 30% da receita corrente líquida que pagamos ao professor. 130% é o que nós investimos na frente do magistério. Pagamos salários acima da média do Estado”, completou.

Bruno Reis também questionou a diferença de tratamento da categoria em relação ao governo estadual. Segundo ele, o reajuste realizado pelo Estado foi de 6,27% e os professores aplaudiram o governador Jerônimo Rodrigues (PT). 

“Por que que com Estado eles aceitaram 6,27%, fizeram um evento com o governador, aplaudiram, e na Prefeitura não aceitaram o que demos de 9% a 18%? É essa pergunta a ser respondida”, finalizou.

MP-BA determina retorno das aulas 

O Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) emitiu um documento nessa quinta-feira (17), no qual determina o prazo de 24 horas para o retorno das aulas em Salvador. Os gestores exigem o pagamento do piso nacional da categoria. 

Na última quarta (17), o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) elevou a multa diária de R$ 100 mil para R$ 200 mil. O valor da multa acumulada contra  o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB) já ultrapassa mais de R$ 5 milhões.

A prefeitura de Salvador informou que 90% das escolas já retomaram o funcionamento, mas que 35 escolas ainda mantinham o movimento grevista. 

Veja lista de escolas que seguem sem aulas, segundo o MP-BA:

ESCOLA MUNICIPAL EUGENIA ANNA DOS SANTOS
CENTRO MUNICIPAL DE EDUCACAO INFANTIL MURILO CELESTINO COSTA
ESCOLA MUNICIPAL ALVARO DA FRANCA ROCHA
ESCOLA MUNICIPAL DA ENGOMADEIRA
ESCOLA MUNICIPAL ERALDO TINOCO MELO
ESCOLA MUNICIPAL GOVERNADOR ROBERTO SANTOS
CENTRO MUNICIPAL DE EDUCACAO INFANTIL ALVARO DA FRANCA ROCHA
CENTRO MUNICIPAL DE EDUCACAO INFANTIL NOSSA LUTA
ESCOLA MUNICIPAL ADROALDO RIBEIRO COSTA
CENTRO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL EDVALDO BOA VENTURA
ESCOLA MUNICIPAL MARIA ANTONIETA ALFARANO
CENTRO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL MONTEIRO LOBATO
ESCOLA MUNICIPAL DONA ARLETE MAGALHAES 
ESCOLA MUNICIPAL CLERISTON ANDRADE 
ESCOLA MUNICIPAL CONSTANCA MEDEIROS
ESCOLA MUNICIPAL HENRIQUETA MACHADO
CENTRO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL BARONESA DE SAUIPE
ESCOLA MUNICIPAL SANTA BARBARA
ESCOLA MUNICIPAL VILA VICENTINA 
ESCOLA MUNICIPAL FAZENDA COUTOS
ESCOLA MUNICIPAL CORAÇÃO DE JESUS
ESCOLA MUNICIPAL SENHOR BONFIM
ESCOLA MUNICIPAL PAROQUIAL DA VITÓRIA
CENTRO MUNICIPAL DE EDUCACAO INFANTIL IRMA SHEILA
CENTRO MUNICIPAL DE EDUCACAO INFANTIL GEORGIA MARIA BARRADAS
ESCOLA MUNICIPAL DO PESCADOR
ESCOLA MUNICIPAL LUIZA MAHIM
CENTRO MUNICIPAL DE EDUCACAO INFANTIL UNIAO DA BOCA DO RIO
INSTITUTO MUNICIPAL DE EDUCACAO PROFESSOR JOSE ARAPIRACA
ESCOLA MUNICIPAL CIDADE VITORIA DA CONQUISTA
ESCOLA MUNICIPAL PADRE UGO MEREGALLI
ESCOLA MUNICIPAL RECANTO DOS COQUEIROS
EM TEODORO SAMPAIO
EM SÃO PEDRO NOLASCO
CMEI TERTULIANO DE GOES

Assista declaração do prefeito: