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Vídeo: Comunidade de Abrantes entra com pedido no IPAC para tombamento da Fonte de Buraquinho

Parque das Dunas de Camaçari é símbolo de resistência cultural das lavadeiras da comunidade

Por Da Redação
Ás

Vídeo: Comunidade de Abrantes entra com pedido no IPAC para tombamento da Fonte de Buraquinho

Foto: Divulgação

A Comunidade tradicional de Abrantes, por meio da Defensoria Pública (DPE-BA) entrou com um pedido no Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) para o tombamento da Fonte do Parque das Dunas, também popularmente conhecida como Fonte do Buraquinho, em Camaçari, região metropolitana de Salvador.

Segundo representantes, a região é alvo de corretoras imobiliárias, o que tem afetado a integridade na preservação da fonte, considerada um local de símbolo histórico e de resistência especialmente para as lavadeiras da comunidade, que ainda mantém viva as tradições culturais das cerca de 200 famílias, que incluem representantes de baianas, sambadeiras, capoeiristas entre outros grupos de cultura popular. 

O entrave com as corretoras se dá pelo fato da região ser uma Área de Proteção Permanente (APP). Inclusive, um decreto de março de 1977 da prefeitura de Camaçari chegou a determinar a criação do Parque Municipal das Dunas de Abrantes, que nunca saiu do papel. No entanto, em um pedido de esclarecimento da presença das imobiliárias na região, a prefeitura se posicionou dizendo que o terreno não é público e pertence à iniciativa privada, como consta em documento enviado ao Farol da Bahia. A comunidade reivindica o espaço, oficialmente, desde 2017.

Em entrevista ao Farol da Bahia, o representante da Comunidade tradicional de Abrantes, Marcos Anunciação, citou as principais demandas da comunidade com o tombamento pelo IPAC.

"Valorização, o desenvolvimento e a questão da Justiça. A valorização porque fazemos parte do conteúdo histórico, estamos falando a partir de uma formação de pretas e pretos, de uma área que é histórica - não só afro, mas também indígena -. [...] Aqui existe a formação quilombola em vários pontos, onde esse ajuntamento de pretas e pretos até hoje promove seus cultos através do candomblé, através da arte como a capoeira, a culinária, o samba, a musicalidade, e tudo isso a partir das nossas heranças que envolve também o tabuleiro das baianas de acarajé e as lavadeiras [...] A gente fala muito do turismo cultural, do afroturismo, que destaca a nossa linguagem preservando a nossa integridade a nossa vivência a partir desse espaço", explicou o representante.

Marcos também citou as principais contribuições que o tombamento pode gerar para a comunidade tradicional, como a fomentação do turismo regional, já que Abrantes, no litoral Norte, também é rota para turistas que visitam o estado, e, principalmente, para a preservação da trajetória cultural da população.

"O tombamento vai contribuir para a questão da proteção. A gente fala não apenas de elementos materiais, mas principalmente de elementos imateriais. Tem adolescentes hoje que desconhecem a trajetória das lavadeiras e das ganhadeiras. Ali na fonte, elas faziam a captação de água, lavavam as suas roupas para ganho ou para si mesma [...] Isso precisa ser protegido, ser guardado, porque também é de interesse da escola, da universidade. Acreditamos que assim, além de proteger todo esse espaço do Parque das Dunas, vamos também produzir o nosso desenvolvimento e bem-estar social. Com a garantir através do poder público, da iluminação e segurança, vamos ver a comunidade mais presente e, ao mesmo tempo, as ações que acontecem naquele espaço poderão ser fomentadas para os visitantes possam se fazer presente, também os turistas", completou.

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