Vídeo: 'Desde quando é crime dormir na embaixada?', questiona Bolsonaro à imprensa
Ex-presidente também falou sobre ter sido acusado de matar Marielle Franco
Foto: Reprodução/GloboNews
Durante um encontro com jornalistas em São Paulo, na noite de segunda-feira (25), o ex-presidente Jair Bolsonaro questionou se era crime dormir em uma embaixada. As declarações surgiram após a revelação de que o ex-presidente passou duas noites na Embaixada da Hungria, conforme apurado pelo The New York Times.
"Por ventura, dormir na embaixada, conversar com o embaixador, tem algum crime nisso?" A fala ocorreu durante o evento em homenagem à ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, ocorrido no Theatro Municipal da capital paulista.
A informação de que o ex-presidente Jair Bolsonaro permaneceu na Embaixada da Hungria, em Brasília, por dois dias, em fevereiro, foi revelada, na última segunda-feira (25), pelo The New York Times. De acordo com o jornal, vídeos do sistema de segurança mostram Bolsonaro em frente à missão diplomática no dia 12 de fevereiro.
A passagem de Bolsonaro teria ocorrido no mesmo período em que seu passaporte foi apreendido. Na prática, caso ele permanecesse dentro da missão diplomática, não poderia ser alvo de uma ordem de prisão, já que se trata de um prédio protegido pelas convenções diplomáticas.
O ex-presidente é aliado próximo ao líder da Hungria, Viktor Orbán, um dos principais expoentes da extrema-direita na Europa.
Durante a conversa com os jornalistas, Bolsonaro ainda falou sobre os desdobramentos das investigações envolvendo o assassinato da ex-vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson.
"Tenha santa paciência, deixem de perseguir, pessoal, querem perguntar da baleia? Da Marielle Franco? Eu passei seis anos sendo acusado de ter matado a Marielle Franco. Vamos falar dos móveis do [Palácio da] Alvorada?", completou.
Apesar de não constituir um crime, a Polícia Federal vai investigar se Bolsonaro teve a intenção de realizar uma tentativa de fuga ao permanecer na Embaixada Húngara. A corporação vai verificar a veracidade e a motivação de o ex-presidente ter ficado no prédio.