Vídeo: Dino evita avaliar a polícia baiana, mas afirma que abusos da força devem ser punidos
Em Salvador, ministro do STF participou da 1º Congresso Baiano de Segurança Pública
Foto: Farol da Bahia
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, participou na manhã desta sexta-feira (13) do último dia do 1º Congresso Baiano de Segurança Pública e Prevenção, realizado em Salvador. Em discurso, o magistrado defendeu que as forças de segurança pública devem atuar como servidores da população e evitar o uso exacerbado da força.
Durante coletiva de imprensa, o Farol da Bahia questionou Dino sobre a atuação da Polícia Militar da Bahia, considerada a mais letal do país pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
Ele afirmou que não poderia fazer uma avaliação específica sobre o trabalho dos policiais baianos, mas destacou que, apesar dessa realidade, existem militares sérios. Ele também ressaltou que abordagens abusivas devem ser tratadas com o devido regime punitivo.
“Não posso falar especificamente sobre a polícia da Bahia porque não tenho elementos suficientes para isso. No entanto, de modo geral, é fundamental separar o joio do trigo”, afirmou Dino, acrescentando que o governo e as instituições não devem ser lenientes e fracas com crimes cometidos por policiais e servidores públicos.
“O meio termo busca compreender que a grande maioria dos policiais é formada por pessoas honradas, sérias e dedicadas a fazer o melhor. Claro, existem exceções que devem ser tratadas com o regime punitivo vigente. [...] Sou contra ideias preconceituosas e foi isso que procurei expressar no meu discurso. Agir de maneira preconceituosa leva a erros”, concluiu.
Dados
Conforme o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024, a Bahia lidera o ranking de mortes causadas por intervenções policiais neste ano. O estado já ocupava a primeira posição em 2022, com 1.467 mortes, e registrou um aumento de 15,8% em 2024, totalizando 1.699 vítimas.
Em termos gerais, o Brasil tem 6.393 registros de mortes por intervenção de agentes de segurança. Destas, 1.699 ocorreram na Bahia, o que representa um em cada quatro casos no país.
Veja declaração do ministro abaixo: