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Salvador

Vídeo: em condições de perigo e insalubridade, ambulantes reclamam da 'passarela do prefeito'

Estrutura tem sido alvo de diversas queixas e polêmicas durante o Carnaval de Salvador

Por Otávio Queiroz
Ás

Vídeo: em condições de perigo e insalubridade, ambulantes reclamam da 'passarela do prefeito'

Foto: Farol da Bahia

À medida que o Carnaval de Salvador chega ao seu terceiro dia, a passarela destinada aos ambulantes na Barra permanece no centro de novas polêmicas e queixas. Na manhã deste sábado (10), o Farol da Bahia visitou a estrutura utilizada pelos trabalhadores e conversou com vendedores ambulantes que fizeram questão de expressar a sua insatisfação com o equipamento montado pela prefeitura da capital baiana.

A passarela, que tinha o objetivo de atender os trabalhadores já durante o pré-carnaval, só foi liberada na sexta-feira (9), no segundo dia de festa, após um longo processo de vistorias e adequações. O aval foi dado pelo Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBM-BA), que atestou a segurança da estrutura.

Mas apesar da liberação, a passarela está longe do ideal, segundo os próprios ambulantes. "Isso aqui não foi feito para ambulante. As condições de trabalho são horríveis para a gente. Existe uma dificuldade para se atender o cliente, principalmente porque as pessoas sentam na balaustrada, dificultando a visão e comunicação com o folião. Além disso, a chuva deixou o piso todo molhado e escorregadio, não conseguimos nem descansar nessas condições", conta a vendedora ambulante Janete Santos, em conversa com o Farol da Bahia.

Ela também ressalta que a ideia da passarela tem impactado no volume de vendas. "Eu creio que ninguém conseguiu vender bem desde que veio para cá. Aqui existe uma distância em relação ao folião. É complicado até para ir pegar as mercadorias. Se dependesse de mim, eu não ficaria mais aqui. Mas precisamos ficar, a necessidade obriga", completa a trabalhadora.

A insalubridade do local também foi constatada pela reportagem do Farol da Bahia. No espaço destino aos vendedores ambulantes, é possível notar poças de água, além de estruturas de madeira inchadas por conta do alto volume de chuvas que cai na cidade desde o meio da semana.

O perigo para os trabalhadores é evidenciada por outra vendedora ambulante. À reportagem, Calila, que está em seu primeiro ano trabalhando no Carnaval de Salvador, conta que os riscos são altos, principalmente para os idosos que ocupam o local. "O piso é extremamente escorregadio, não há qualquer segurança para nós, principalmente para as pessoas idosas e crianças que dividem esse espaço. Ainda tem os pregos, que não foram cobertos devidamente e acabam machucando os trabalhadores aqui", alerta a ambulante.

Polêmicas

A estrutura idealizada pela Prefeitura de Salvador chegou a ser interditada pelo Ministério do Trabalho devido às irregularidades no processo de montagem. No início do mês, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) também recomendou que a passarela não fosse utilizada até que as conformidades fossem realizadas.

Na sexta-feira (9), um grupo de ambulantes não licenciados protestou no circuito Dodô (Barra-Ondina) por estar sendo obrigado a trabalhar no espaço. O episódio fez com que a saída dos trios atrasasse em alguns minutos.

Confira o vídeo com as condições da passarela nesta manhã de sábado:

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