Vídeo: 'Embasa vai despejar esgoto nas nossas praias', acusa vereador de Salvador
André Fraga aponta que manutenção da empresa vai causar prejuízo às praias da cidade
Foto: Reprodução/Redes sociais
O vereador André Franga (PV) denunciou, nesta terça-feira (3), que a Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) vai despejar esgoto não tratado nas praias de Salvador.
A Embasa informou na segunda (2) que iria fazer um serviço de manutenção na estação de condicionamento prévio (ECP) do bairro Lucaia, por isso recomendou que os baianos não frequentem as praias entre o Rio Vermelho e Barra.
Nas redes sociais, o vereador acusou a empresa de usar um sistema ultrapassado de tratamento e manutenção dos sistemas de esgoto da cidade, causando prejuízo às praias da capital baiana.
"A Embasa disse que vai, simplesmente, despejar dezenas e milhões de litros de esgoto nas nossas praias. ou seja, em função de um modelo completamente ultrapassado tecnologicamente, ela [Embasa] faz com que as pessoas não possam ir para o mar porque será direcionado esgoto innatura para as nossas praias" denunciou André Fraga.
Por meio de nota, a empresa havia informado que a estação de condicionamento prévio do Lucaia iria parar entre às 18h desta terça-feira (3) até as 6h de quarta (4) para o serviço de manutenção. Ainda de acordo com o órgão, durante a parada, o esgoto que chega na estação passará por retirada de sólidos grossos e seguirá para o Rio Lucaia, onde a Embasa aplicará biorremediadores para eliminação de odores e depuração de parte da matéria orgânica. Com esse procedimento, o que chegará na foz do Lucaia será um efluente com menor potencial poluidor do que o esgoto bruto. O efluente será lançado no Rio Lucaia, que desemboca na praia do Rio Vermelho.
Segundo a Embasa, o serviço vai possibilitar a inspeção em uma tubulação por onde passa o efluente que é bombeado para o emissário submarino do Rio Vermelho e a substituição de equipamentos.
A Embasa solicitou que pescadores e pessoas que moram perto das praias entre o Rio Vermelho e o Farol da Barra evitem frequentar o mar por pelo menos 24h, tempo necessário para a dissipação do impacto, de acordo com resultados obtidos pelo Laboratório Central da Embasa em paradas anteriores.
A coleta de amostras de água do mar em pontos da faixa de praias entre o Rio Vermelho e o Farol da Barra será feita pelos técnicos do Laboratório Central da Embasa, antes e após a parada da ECP do Lucaia, para monitoramento e envio ao Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema).
O vereador André Fraga questionou qual o investimento da Embasa em Salvador: "Não temos um rio correndo limpo na cidade. Temos uma série de praias na cidade frequentemente integrando a lista de praias sem balneabilidade, ou seja, que não pode tomar banho de mar nos finais de semana. Ou seja, a pergunta que fica: a Embasa que cobra 80% da nossa tarifa de água como tarifa de esgoto, devolve o que para a cidade?".
Processo de tratamento do esgoto
A Embasa realiza uma inspeção na tubulação por onde passa um efluente (resíduos provenientes das indústrias, dos esgotos e das redes pluviais, que são lançados no meio ambiente, na forma de líquidos ou de gases). Esse material é bombeado para o emissário submarino do Rio Vermelho.
Os emissários submarinos são sistemas de disposição oceânica que lançam os esgotos sanitários no meio marinho, afastado da costa, para aproveitar a grande capacidade de depuração do oceano.
Após a coleta, o esgoto é encaminhado para as estações de pré-condicionamento (EPC), onde passam por um tratamento para remoção dos sólidos. Depois, o material é enviado por meio de tubulações para ser lançado no mar.
Como a estação de condicionamento prévio do bairro Lucaia vai parar, o esgoto não tratado será lançado próximo da costa.
Qual a função da estação do Lucaia?
A ECP integra o Sistema de Disposição Oceânica (SDO) do Lucaia e cumpre a função de retirar sólidos grossos, fibras e partículas finas de cerca de 70% do esgoto coletado na capital baiana. Do seu funcionamento depende a destinação adequada de efluente pelo emissário submarino do Rio Vermelho, tubulação subaquática com quase 3 km de extensão que dispersa esgoto condicionado a uma profundidade de 27 metros, sem risco de degradação ambiental da flora e fauna marítima.
A Embasa ressalta que a SDO do Rio Vermelho tem licença do Ibama para lançar efluentes no oceano e recebe frequentes manutenções preventivas para evitar paradas longas que causem despejos nas praias de Salvador.
Confira mais no vídeo abaixo: