Vídeo: Ex-presidente do Vitória, Paulo Carneiro afirma ter fraudado exame antidoping de atleta e comprado desembargador por R$ 600 mil
Declarações foram feitas em entrevista transmitida ao vivo nesta terça-feira (25)
Foto: Reprodução
Durante uma entrevista transmitida nas redes sociais nesta terça-feira (25), o ex-presidente do Esporte Clube Vitória, Paulo Carneiro, afirmou ter fraudado um exame antidoping de um atleta do clube para que ele não fosse flagrado pelo uso de maconha.
Na ocasião, ele disse que entregou sua urina ao atacante Matuzalem, por conta do risco de ele ser pego. “Aí eu subi a escada atrás de Matuzalem, que o cínico era o Matuzalem, vagabundo. Já troquei até urinar para salvar o doping dele, que ele era maconheiro”, afirmou.
Matuzalem foi revelado pelo Vitória em 1996, mas foi transferido para o futebol italiano dois anos depois. No país, ele atuaria por uma série de clubes, como Parma, Napoli e Lazio. O atacante encerrou a carreira em 2018.
Em seguida, Carneiro pediu que aquele momento não fosse gravado, quando foi logo alertado de que estava ao vivo. “Vocês estão de brincadeira [afastando o microfone]. Você está falando sério? — questionou. — Tira aí, tira aí, tira aí, por favor, se não [...] Pelo amor de Deus, nem brinque com isso. Pode tirar aí, senão eu paro”.
Em outro momento da entrevista, o dirigente afirmou ter "comprado" um desembargador, em 2003, para garantir que a Copa do Nordeste fosse realizada. A transmissão foi retirada do ar momentos após a confissão.
“O presidente do Fortaleza saiu, o do Santa Cruz e o do Náutico saíram para poder enfraquecer e dizer que não ia ter campeonato porque os quatro saíram, mas eles que armaram. Aí nós fizemos o campeonato que a gente [o Vitória] ganhou até do Fluminense de Feira, em 2003. Aí eu entrei com uma ação contra a CBF e contra a Globo. Peguei um advogado no Rio, meu amigo Pedro Paulo Magalhães, bom pra caramba, e eu comprei um desembargador no Rio”, disse.
Paulo Carneiro foi presidente do Vitória entre os anos de 1991 e 2000. Ele voltou ao cargo em 2019, mas acabou destituído em 2022, após o Conselho Deliberativo do Vitória tê-lo afastado depois que a Comissão de Ética do clube emitiu compromissos de gestão temerária do mandatário.
Assista declaração:
