Vídeo: Ex-rodoviários da CSN rebatem Bruno Reis: 'Nada temos a agradecer pelos perrengues'
Prefeito havia dito que trabalhadores desempregados deveriam 'agradecer ao invés de protestar
Foto: Divulgação
Os rodoviários que perderam seus empregos após a CSN (Concessionária Salvador Norte) decretar falência, demonstraram insatisfação com a fala do prefeito de Salvador, Bruno Reis, que na última quinta-feira (13) disse que eles deveriam "agradecer ao invés de protestar".
Em comunicado divulgado nesta segunda (16), os funcionários demitidos disseram que nada têm "a agradecer pelos perrengues" que estão passando. "Panelas emborcadas, contas atrasadas, humilhações, armas na cabeça e BO em delegacia contra trabalhadores honestos. De Todos os problemas do transporte o pior é o nosso", diz o comunicado.
"A empresa faliu e nós estamos abandonados, nosso grito é de indignação e sofrimento! Necessitamos do dinheiro dos nossos direitos, queremos e precisamos trabalhar. Temos recebido apoio das pessoas nas ruas e pedimos desculpas pelos transtornos causados, mas sabemos que se estivessem em nosso lugar, fariam o mesmo, pois a nossa luta é justa", acrescenta.
A resposta a Bruno Reis ocorre após o prefeito criticar uma paralisação realizada na quinta, na proximidades da rodoviária. Na ocasião, o chefe do Executivo municipal disse que o "transtorno" na cidade foi provocado por "16 trabalhadores irresponsáveis", que já estariam recebendo subsídio e cesta básica da Prefeitura.
"Não adianta penalizar as pessoas que não vai mudar a realidade, não há o que ser feito mais, aí independe de qualquer articulação", relatou Bruno, citando os trâmites burocráticos da venda de um terreno que irá gerar caixa de R$ 12 milhões para pagar as indenizações dos trabalhadores demitidos.
Apesar da insatisfação com o "tom" usado pelo prefeito, os ex-rodoviários da CSN decidiram suspender as manifestações pelos próximos dois meses, período em que Bruno Reis prometeu regularizar a situação.
"Caso contrário, as ruas irão viver um verdadeiro caos, porque vamos parar o sistema com ou sem o sindicato. Vamos aguardar o prazo final", diz um dos ex-CSN. "Se ele não cumprir a palavra, daqui a 60 dias vamos para as ruas fazer manifestação", acrescentou outro.