• Home/
  • Notícias/
  • Política/
  • Vídeo: Filho do ex-governador Paulo Souto é suspeito de envolvimento na morte de Mãe Bernadete, diz site
Política

Vídeo: Filho do ex-governador Paulo Souto é suspeito de envolvimento na morte de Mãe Bernadete, diz site

Vitor Souto é dono da empresa Naturalle, que buscava construir um aterro em área próxima ao quilombo Pitanga dos Palmares

Por Da Redação
Ás

Vídeo: Filho do ex-governador Paulo Souto é suspeito de envolvimento na morte de Mãe Bernadete, diz site

Foto: Reprodução

Em matéria publicada pelo The Intercept Brasil nesta quarta-feira (31), foi apontada uma possível briga entre Mãe Bernadete, executada brutalmente no dia 17 de agosto, e seu filho, Binho do Quilombo, também executado, contra a empresa de Vitor Souto, filho do ex-governador da Bahia, Paulo Souto. A causa do desentendimento seria a instalação de um aterro da empresa Naturalle. 

Mãe e filho promoveram diversas ações para impedir a instalação de um aterro de resíduos de construção civil próximo ao quilombo Pitanga dos Palmares, localizado em Simões Filho, região metropolitana de Salvador.

A empresa em questão é de Vitor Loureiro Souto, filho de Paulo Souto (União Brasil). que foi ex-governador da Bahia por dois mandatos: de 1995 a 1998 e 2003 a 2006. O político fazia parte do grupo liderado por Antonio Carlos Magalhães.

16 dias antes de sua execução, Binho denunciou os problemas da instalação do aterro em evento na Universidade Federal da Bahia. O objetivo da mobilização era embargar a obra. Em vídeo, o líder quilombola reclama da falta de esclarecimentos por parte da empresa e se posiciona contra. “Eu não quero vender meu aipim fedendo a lixo, não. Perto de um lixão, não. Eu não quero vender meu artesanato próximo a um lixão”, disse ele. (Confira o vídeo abaixo)

Os moradores que integram o Vale do Itamboatá, área de proteção ambiental onde fica o quilombo Pitanga dos Palmares, criaram o movimento ‘Nossas Águas, Nossa Terra, Nossa Gente’ para impedir a instalação do empreendimento. Eles enviaram, em 2017, uma representação ao Ministério Público Estadual e Federal, que abriram inquérito para investigar o caso. O movimento também criou um abaixo-assinado para impedir a construção do empreendimento.

O projeto da Naturalle destinava uma área para descarte de resíduos domésticos e hospitalares para atender as cidades de Catu, Camaçari, Mata de São João, Pojuca e Simões Filho. O lucro do aterro é estimado em R$ 20 milhões por ano.

Em abril de 2018, após pressão do movimento ‘Nossas Águas, Nossa Terra, Nossa Gente’ e pela a morte de Binho, o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) negou a licença para instalação do aterro. A empresa entrou com pedido de reconsideração e conseguiu a licença ambiental em 2019. Em dezembro de 2020, veio a autorização, garantindo a instalação.

O movimento social entrou com um mandado de segurança para impedir a obra que até o momento segue em funcionamento.

Depois da morte de Binho, Mãe Bernadete se pronunciou publicamente contra a implantação do aterro. Durante uma audiência no Ministério Público Federal, em junho do ano passado, ela afirma estar “enfrentando ameaças dia e noite” e que seu filho morreu lutando contra “aquele maldito lixão da Naturalle”. Durante visita da ministra do STF, Rosa Weber ao quilombo Quingoma, na região metropolitana de Salvador, Mãe Bernadete relatou as ameaças. A ministra então, disse ter alertado o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), e pedido "cuidado especial" com os quilombolas.

Em resposta, a Naturalle disse que se solidariza com amigos e familiares dos quilombolas e que nutre “a esperança de que as autoridades policiais cumpram o seu papel e desvende esses assassinatos”.

Sobre o aterro, a empresa declarou que não é mais proprietária do aterro e que agora seria administrado pela empresa Recycle Waste Energy. Porém, o site da Naturalle informa que a empresa tem um aterro de inertes em Simões Filho.

Confira o vídeo abaixo:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie:[email protected]

Faça seu comentário