Vídeo: Inelegível, Bolsonaro brinca e 'convida' Moraes para ser vice dele em 2026
Ministro recusou o convite

Foto: Antonio Augusto/STF
Interrogado no Supremo Tribunal Federal (STF), na tarde desta terça-feira (10), o ex-presidente Jair Bolsonaro questionou, em tom de brincadeira, se o ministro Alexandre de Moraes aceitaria ser o vice dele em uma possível candidatura para as eleições de 2026. O ministro, entretanto, recusou o convite.
Bolsonaro fez a pergunta quando mencionava o apoio recebido nas ruas. "Se o senhor me permitir, logicamente, posso mandar as imagens para o senhor de como o povo me trata a gente na rua", afirmou o ex-presidente.
"Eu declino", respondeu Moraes.
"Declina? Sim, senhor. Posso fazer uma brincadeira?", perguntou o ex-presidente.
"O senhor que sabe. Eu perguntaria para os seus advogados antes", disse Moraes
"Gostaria de convidá-lo para ser meu vice em 26", afirmou
"Eu declino novamente", respondeu por último o ministro.
O ex-presidente está inelegível até 2030, de acordo com determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder público quando ainda era presidente.
Confira mais no vídeo abaixo:
Os interrogatórios dos oito réus, que compõem o chamado “Núcleo 1” da suposta trama golpista, começaram nesta segunda-feira (9). Cinco crimes foram atribuídos pela Procuradoria Geral da República (PGR) a eles:
• Abolição violenta do Estado Democrático de Direito: pune o ato de "tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais". A pena varia de 4 a 8 anos de prisão.
• Golpe de Estado: fica configurado quando uma pessoa tenta "depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído". A punição é aplicada por prisão, no período de 4 a 12 anos.
• Organização criminosa: quando quatro ou mais pessoas se reúnem, de forma ordenada e com divisão de tarefas, para cometer crimes. Pena de 3 a 8 anos.
• Dano qualificado: destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia, com violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima. Pena de seis meses a três anos.
• Deterioração de patrimônio tombado: destruir, inutilizar ou deteriorar bem especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial. Pena de um a três anos.
Na segunda, foram ouvidos o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e o deputado federal Alexandre Ramagem.
Na sessão desta terça de manhã, os interrogados foram o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional general Augusto Heleno.
Os réus do núcleo crucial são:
• Mauro Cid
• Alexandre Ramagem;
• Almir Garnier;
• Anderson Torres;
• Augusto Heleno;
• Jair Bolsonaro;
• Paulo Sérgio Nogueira;
• Walter Braga Netto.
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