Vídeo: Lula recua e diz que Justiça decidirá se Putin será preso se vier ao Brasil
Em declaração anterior, petista havia dito que russo não seria preso durante seu mandato caso viajasse ao Brasil
Foto: Ricardo Stuckert / PR
O presidente Lula (PT) recuou sobre a possibilidade de prisão do presidente russo Vladimir Putin em caso de visita ao Brasil para a próxima cúpula do G20. A fala vem após críticas feitas ao presidente que, no último sábado (9), disse que o presidente russo poderia participar da reunião de líderes sem correr risco de ser preso.
Na ocasião, Lula foi questionado pela imprensa indiana se recepcionaria Putin no Brasil, no próximo ano, durante a Cúpula do G20, a ser realizado no Rio de Janeiro, no mês de novembro. O presidente, então, disse que Putin entraria “tranquilamente” e que tentar prendê-lo no país seria um “desrespeito”.
Nesta segunda-feira, no entanto, Lula mudou a versão, afirmando que uma possível prisão de Putin não cabe ao governo, mas sim à Justiça. "Isso quem decide é a Justiça. Não é o governo nem o parlamento. Se o Putin decidir vir ao Brasil, a decisão de prendê-lo ou não é exclusivamente da Justiça", afirmou.
O presidente também reiterou que o convite para a participação do encontro de líderes está de pé para o presidente russo. “Espero que até lá tenha acabado a guerra e o tribunal tenha refeito sua posição para que a gente possa voltar à normalidade”, afirmou Lula.
Prisão iminente
Putin teve mandados de prisão emitidos contra ele, por parte do Tribunal Penal Internacional, por crimes de guerra. O Brasil, que é signatário do acordo, teria que cumprir os mandados expedidos pela Corte.
De acordo com as denúncias, o país russo estaria por trás de transferências e deportação ilegal de crianças durante o confronto na Ucrânia, iniciado por determinação de Putin.
Com a decisão, a Corte impediu, por exemplo, que Putin participasse da Cúpula do Brics, na África do Sul, realizado no mês passado. O país africano também é um país signatário do TPI.
Saída do TPI
Questionado se retiraria o Brasil do TPI, Lula disse que precisa estudar melhor o acordo. O presidente ainda afirmou que países como Rússia e Estados Unidos não participam do tribunal. "Eu não estou dizendo que vou sair de um tribunal. Eu só quero saber... e isso só me apareceu agora. Eu nem sabia da existência desse tribunal", disse.
Atualmente, mais de 120 países são signatários do TPI – dentre eles, Canadá, França, Itália, Japão, Nova Zelândia, Suíça, Alemanha e Reino Unido. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso assinou o decreto nº 4.388, em 2002, aderindo ao Tribunal e assegurando que o Brasil seguiria todas as cláusulas do Estatuto de Roma.