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Vídeo: Marielle foi assassinada por ser vista como obstáculo para milícia no RJ, diz deputado

Tarcísio Motta foi testemunha do processo de cassação contra Chiquinho Brazão

Por Laiz Menezes
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Vídeo: Marielle foi assassinada por ser vista como obstáculo para milícia no RJ, diz deputado

Foto: Laiz Menezes

BRASÍLIA -- O deputado federal Tarcísio Motta (PSOL-RJ) afirmou, nesta terça-feira (9), que a vereadora Marielle Franco, que era sua colega de bancada na Câmara Municipal do Rio, foi assassinada por ter sido vista como um obstáculo para a milícia do estado.

Motta foi testemunha no processo de cassação contra o deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) na sessão desta terça do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados. Brazão está preso desde março acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco, em 2018, e do motorista dela, Anderson Gomes. 

Durante o depoimento, ele afirmou que toda a bancada de vereadores do PSOL no RJ, na época, era vista como obstáculo para a milícia, porque votava contra as pautas que muito interessavam os criminosos. 

Ao Farol da Bahia, Tarcísio Motta ressaltou que poderia ter sido assassinato qualquer vereador do PSOL, mas que a escolha de Marielle aconteceu por ela ser mulher, preta e periférica. 

"É sempre muito difícil falar sobre Marielle. Marielle é minha amiga pessoal, amiga da minha família, amiga dos meus filhos. O assassinato dela foi, sem sombra de dúvida, um peso, um drama na nossa vida. Portanto, toda vez que eu falo de Marielle Franco, eu falo emocionado. Mas também pelo fato político do que foi o assassinato de Marielle Franco. Ou seja, responder a esta pergunta, por que Marielle, é sempre muito difícil, porque a expressão de uma violência política de gênero e racial neste processo. Mas é também um exercício de poder dessa milícia que controla territórios no Rio de Janeiro e que a gente não pode normalizar", disse. 

"Então, ao depor hoje, eu também estava cumprindo o meu papel, que tenho desde 2018, que é litar por justiça por Marielle Franco, porque nós não podemos deixar a milícia ganhar essa história. É preciso que a gente lute por justiça por Marielle e multiplique as Marielles, porque é assim que os seus assassinos serão derrotados e estão sendo derrotados", acrescentou. 

O deputado ainda disse que acredita na cassação de Brazão devido a todos elementos que, segundo ele, provam o envolvimento do parlamentar no crime. 

"Eu acho que o destino final será a cassação. Na votação da manutenção da prisão dele, nós tínhamos dúvidas sobre se isso aconteceria ou não. Há pressões em vários lugares para que, na verdade, não se casse, mas eu acho que os depoimentos e a relatora farão um relatório substancial que demonstrará que não há condição do Chiquinho continuar como deputado do Parlamento Brasileiro", afirmou. 

Na declaração, Motta lembrou a votação para manutenção da prisão de Brazão. Ele foi detido de forma preventiva após o inquérito da PF apontar o envolvimento dele, do irmão Domingos Brazão, que era conselheiro do Tribunal de Contas do RJ, e do ex-delegado de Polícia Civil Rivaldo Barbosa. 

Por ser um parlamentar, a Câmara precisava votar se ele seguiria detido de forma preventiva ou se essa medida seria derrubada. Como a prisão dele foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, muitos deputados queriam "mandar um recado" para o magistrado, fazendo com que Chiquinho Brazão fosse solto. Mas como o caso tem grande repercussão nacional, a decisão da Câmara foi para mantê-lo preso.

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