Vídeo: Moraes volta atrás e derruba sigilo de vídeos da delação de Mauro Cid
Depoimentos fazem parte da investigação sobre suposta tentativa de golpe de Estado
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Foto: Reprodução
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, voltou atrás e autorizou a divulgação dos vídeos da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os depoimentos, prestados à Polícia Federal (PF) no ano passado, fazem parte da investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado.
Na quarta-feira (19), Moraes já havia derrubado o sigilo da transcrição da delação. Inicialmente, ele afirmou que as gravações seriam restritas às defesas e ao Ministério Público para preservar a privacidade dos servidores e juízes auxiliares que participaram das audiências.
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Em um dos trechos divulgados hoje (Assista no final da matéria), o ministro lê uma mensagem enviada pelo suplente da senadora Tereza Cristina (PP-MS), Aparecido Portela: "O pessoal que colaborou com a carne está cobrando se vai ser feito mesmo o churrasco." Em resposta, Cid confirma: "Vai, sim."
A Moraes durante a delação, Cid admitiu que os financiadores do golpe cobravam a execução do plano e esperavam que Bolsonaro assinasse, a qualquer momento, o decreto que autorizaria a atuação das Forças Armadas.
Em outro momento, o ex-ajudante de ordens relata que "várias pessoas perguntavam: 'Não vai acontecer nada? Vocês não vão virar a mesa?'" Segundo Cid, Bolsonaro "mantinha a chama acesa" e esperava, até o último momento, por uma prova cabal de fraude eleitoral.
Denúncia PGR
A delação de Mauro Cid serviu de base para a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Jair Bolsonaro e outras 33 pessoas no STF.
Eles são acusados de organização criminosa, abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado, dano qualificado com uso de violência e grave ameaça, além de deterioração de patrimônio tombado.
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Somadas, as penas máximas podem chegar a 28 anos de prisão. Bolsonaro, por sua vez, disse que as acusações contra ele são “vagas”, indicando que as denúncias seriam “fabricadas”.
Veja abaixo a declaração: