Vídeo: Pai de Hyara Flor contesta inquérito policial que apurou morte da adolescente: 'estou indignado'
Polícia afirma que tiro foi acidental; Iago Alves aponta que investigação foi manipulada
Foto: Reprodução/Redes sociais
Após o inquérito da Polícia Civil apontar que o tiro que matou a adolescente Hyara Flor foi acidental, o pai da jovem, Hiago Alves, contestou a versão das autoridades (veja vídeo abaixo). O documento das autoridades, divulgado nesta sexta-feira (11), afirma que a menina foi morta pelo cunhado, uma criança de nove anos, enquanto os dois brincavam com uma arma de fogo.
Hyara Flor Santos Alves, de 14 anos, foi morta em julho deste ano em uma comunidade cigana, na cidade de Guaratinga, no sul da Bahia. O marido dela, que também tem 14 anos, foi apreendido no mesmo mês considerado o principal suspeito do crime. Ele segue detido. O Ministério Público ainda não informou se o jovem será liberado.
O pai de Hyara acredita que o crime foi cometido por vingança após um relacionamento extraconjugal entre a mãe do adolescente e o tio da vítima, mas a polícia afirmou que essa versão não foi comprovada.
Em um vídeo publicado nesta sexta nas redes sociais, Iago acusa o delegado da cidade de ouvir "versões manipuladas". "Ele ouviu três pessoas manipuladas que tiveram tempo suficiente para manipular. Eles estavam soltos esse tempo todo, saíram correndo sem prestar socorro para a minha filha".
"Eu e minha família estamos muito tristes e revoltados com isso, estamos sofrendo há 40 dias e aí vem uma resposta dessa", disse na publicação.
Durante o vídeo, Hiago diz que "a perícia não indicou" quem foi o autor do disparo, porém o inquérito policial emitido pela Polícia Civil afirma que quem apertou o gatilho foi o cunhado da vítima. A conclusão tem como base depoimentos de testemunhas, imagens de câmeras de segurança, mensagens de celular e documentos.
O pai da vítima disse que ainda confia na juíza e no promotor de justiça que devem cuidar do caso.
Inquérito policial
A Polícia Civil divulgou, nesta sexta (11), a conclusão sobre o caso de Hyara Flor. Segundo a corporação, a menina estava sozinha no quarto, com o cunhado de 9 anos, quando deu a arma para ele e pediu que ele "fingisse que iria assaltá-la". Durante a brincadeira, a criança puxou o gatilho da pistola.
A sogra de Hyara foi indicada por homicídio culposo (quando não há a intenção de mantar) e por porte ilegal de arma, considerando que a pistola utilizada no crime era dela. O inquérito da polícia afirma que a mulher pediu que a adolescente guardasse a arma.
O tio da adolescente também foi indiciado por ter atirado na casa dos adolescentes momentos depois do crime. Os delegados que investigam o caso detalham que o marido da vítima e a família dele fugiram da cena do crime após os disparos, com medo de serem atingidos.
A criança de 9 anos não responde criminalmente. O Ministério Público da Bahia ainda não respondeu se ele será enquadrado em algum ato infracional. O órgão também não informou se o marido de Hyara seguirá na internação socioeducativa.
Veja vídeo do pai contestando a versão da polícia: