Vídeo: Presidente do SBT nega inspiração em programa apresentado por Marcelo Castro, réu pelo 'Golpe do Pix'; veja vídeo
Daniela Beyruti demonstrou surpresa ao saber sobre investigação, durante coletiva de imprensa

Foto: Reprodução/Redes Sociais
Em entrevista coletiva para lançamento da nova grade de programas do SBT, a presidente da emissora, Daniela Beyruti, foi surpreendida ao ser questionada sobre as semelhanças entre o “Alô Você”, que será apresentado por Luiz Bacci, com o “Alô Juca”, conduzido por Marcelo Castro na TV Aratu, afiliada do SBT na Bahia.
Marcelo Castro, conhecido como Juca, é réu por supostamente desviar dinheiro de doações destinadas a pessoas em situação de vulnerabilidade, no chamado “Golpe do Pix". Ao saber da investigação, Daniela demonstrou surpresa e negou inspiração no programa.
“Então não tem nada a ver não, é ‘Alô Você’ mesmo, não ‘Alô Juca’”, respondeu em tom descontraído ao jornalista Kadu Brandão, do portal iBahia, na quinta-feira (16).
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Também presente na coletiva, Bacci reforçou a fala de Daniela e disse que os programas não seguem a mesma linha editorial.
“Assinei o contrato [com o SBT] na sexta-feira passada, não estava escondendo o jogo. Os programas não têm nada a ver. A gente parabeniza [o sucesso do Alô Juca], mas não tem nada parecido com a linha editorial”, disse.
Segundo dados da TV Aratu, o Alô Juca cresceu cerca de 108% de audiência desde a estreia, há cerca de um ano. O jornal tem uma proposta de cobertura policial de casos que ocorrem ao redor da Bahia, com duração de mais de duas horas.
Relembre o Golpe do Pix
Marcelo Castro é acusado de liderar uma organização criminosa que desviou mais de R$ 400 mil de doações. O esquema funcionava quando ele ainda era repórter do Balanço Geral, da TV Record.
Segundo a investigação, R$ 146,2 mil teriam ficado com Marcelo Castro, e R$ 145,7 mil com Jamerson Oliveira, ex-editor-chefe do Balanço Geral e atualmente parceiro de Castro no Alô Juca.
Conforme a Justiça, o desvio acontecia da seguinte forma: o grupo arrecadava as doações e destinava às vítimas a menor parte do volume por meio de chaves Pix exibidas na tela do programa da Record. As chaves não eram de quem, de fato, pedia ajuda, e sim de pessoas ligadas ao esquema.
O golpe, que teria acontecido entre 2022 e 2023, só foi descoberto em março de 2023, após o jogador de futebol baiano Anderson Talisca decidir fazer uma doação de R$ 70 mil após assistir a uma reportagem. O valor seria dado à família do menino Guilherme, de 1 ano, que fazia um tratamento de câncer.
Dias depois, a Record Bahia demitiu Marcelo Castro e Jamerson Oliveira. A criança mostrada na reportagem morreu semanas depois.
Duas audiências sobre o caso já foram realizadas. A terceira acontece no dia 22 deste mês. Ao todo, 12 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público da Bahia por associação criminosa, apropriação indébita e lavagem de dinheiro. O caso corre em segredo de Justiça.
Carlos Eduardo do Sacramento Marques Santiago de Jesus chegou a ser preso em dezembro do ano passado, sob acusação de que ele seria um dos operadores do esquema, mas foi solto horas depois. De acordo com a polícia, ele era um dos titulares das contas correntes em que os valores eram depositados.
Veja quem são os investigados:
• Alessandra Silva Oliveira de Jesus, 21 anos
• Carlos Eduardo do Sacramento Marques Santiago de Jesus, 29 anos
• Daniele Cristina da Silva Monteiro, 27 anos
• Débora Cristina da Silva, 27 anos
• Eneida Sena Couto, 58 anos
• Gerson Santos Santana Junior, 34 anos
• Jakson da Silva de Jesus, 21 anos
• Jamerson Birindiba Oliveira, 29 anos
• Lucas Costa Santos, 26 anos
• Marcelo Valter Amorim Matos Lyrio Castro, 36 anos
• Rute Cruz da Costa, 51 anos
• Thais Pacheco da Costa, 27 anos
Veja vídeo da coletiva de imprensa: