Vídeo: "Que ele venha se retratar", diz Babalorixá sobre padre que o expulsou de igreja
Adriano Santos acusa padre da Igreja dos Mares de expulsá-lo de missa
Foto: Farol da Bahia
O babalorixá Adriano Santos afirmou, nesta segunda-feira (8), em entrevista ao Farol da Bahia, que espera que o padre da Paróquia Nossa Senhora dos Mares, Manoel da Paixão Gomes, se retrate por ter lhe expulsado da Igreja dos Mares, em Salvador.
“Que ele venha se retratar, porque o pedido da gente é que ele venha se retratar com outros povos também. Sabemos que ele já está acostumado a fazer, e que isso não vai mais acontecer, porque do mesmo jeito que doeu em mim, vai doer em outro irmão, vai em outros filhos, em outros iniciados e isso não é bom. Espero que ele venha se retratar, a igreja católica também venha se retratar para esse caso, porque foi um caso que marcou muito,” afirmou.
No dia 22 de março, Adriano foi à igreja com seus "iaôs" (filhos de santo que passaram pela iniciação) para acompanhar a missa. Segundo Adriano, quando eles entraram no templo religioso, o padre pediu para uma pessoa dizer que eles não deveriam ficar na igreja. Na sequência, o religioso parou a cerimônia diversas vezes.
“Quando a gente chegou, a gente foi abordado. Os iaôs entraram, eu entrei, os meninos se abaixaram para fazer o sinal da cruz, reverência à igreja. Aí o padre pediu para um membro da igreja deles para vir dizer que a gente não poderia ficar. Eu fui e questionei a ele porque não poderia. Os meninos se abaixaram, a gente, ele parou a missa,” disse Adriano.
Após o ocorrido, Adriano registrou o boletim de ocorrência, e procurou o Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA). Atualmente, o caso está em segredo de justiça.
“Eu tomei todas as precauções, para isso ser resolvido pela justiça. Os advogados também estão tomando conta disso. Agora é com Deus e os Orixás para resolver da melhor forma,” declarou.
No dia 25 de março, o MP-BA encaminhou ofícios ao responsável pela Igreja Católica Nossa Senhora dos Mares, solicitando que se manifeste a respeito da denúncia, e à Polícia Civil para que informe o andamento do inquérito policial instaurado para apurar o caso.
A Arquidiocese de Salvador afirmou, em nota, que valoriza e promove o diálogo inter-religioso e que repudia quaisquer atos de intolerância religiosa, defendendo o respeito aos lugares de culto, aos próprios cultos e aos seus participantes.
Já o padre Manoel da Paixão Gomes, negou que tenha cometido racismo religioso. Além disso, ele declarou que não cometeu ato de desrespeito e não pediu para que ninguém expulsasse as pessoas da paróquia.
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