Vídeo: Rodrigo Pimentel, ex-integrante do Bope, defende efetivo robusto ao falar sobre segurança pública na Bahia

O ex-capitão do BOPE e especialista em segurança pública, Rodrigo Pimentel, destacou nesta quinta-feira (5), durante participação no evento “SOS Bahia – Caminhos para mudar a segurança pública do nosso estado”, realizado no Hotel Fiesta, em Salvador, que não se combate a violência ocupando territórios com poucos policiais.

Segundo Pimentel, operações de ocupação demandam planejamento estratégico e, principalmente, um contingente numeroso de agentes para garantir a segurança e a estabilidade nas áreas mais críticas. Ele usou como exemplo o bairro de Valéria, em Salvador, local onde recentemente um policial federal foi morto durante uma ação.

“Antes de qualquer coisa, para ocupar um território, não se pode fazer isso com cinco, seis ou 15 policiais. Uma ocupação territorial demanda, às vezes, uma companhia inteira, com cerca de 100 homens em escalas de 24 por 48 ou por 72 horas. Não dá para ocupar Valéria, que tem aproximadamente 27 mil habitantes, com um efetivo reduzido”, afirmou.

Pimentel ainda enfatizou que, considerando as características da região, incluindo áreas de mata atlântica, seria necessário, no mínimo, o emprego de 200 policiais para uma ocupação eficaz. “E eu pergunto: a Polícia Militar da Bahia tem efetivo hoje para ocupar Valéria?”, questionou, em tom crítico, ao comentar a complexidade das operações em áreas com altos índices de criminalidade.

O evento “SOS Bahia” foi promovido pela Fundação Índigo e reuniu especialistas e lideranças políticas para discutir soluções e propostas para o enfrentamento da crise da violência no estado, que lidera os índices nacionais de criminalidade.

Além de Pimentel, participaram do encontro nomes como o comentarista político Caio Coppolla, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, o prefeito de Salvador, Bruno Reis, o deputado federal Capitão Alden, o presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda, e o ex-prefeito de Salvador e vice-presidente do União Brasil, ACM Neto, que também concedeu coletiva de imprensa antes do início das palestras.

O debate ocorreu em meio à crescente preocupação da sociedade baiana com a segurança pública e buscou apontar caminhos para uma atuação mais efetiva das forças de segurança no estado.