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Vilão na série "DOM", baiano Murilo Sampaio revela desafio do papel e saudade de Salvador

Confira depoimento exclusivo para o Farol da Bahia

Por Da Redação
Ás

Vilão na série "DOM", baiano Murilo Sampaio revela desafio do papel e saudade de Salvador

Foto: Divulgação

Antagonista na segunda temporada da série "DOM" da Amazon Prime, o baiano Murilo Sampaio revelou em entrevista exclusiva ao Farol da Bahia, o desafio do papel na dramaturgia, a saudade de Salvador e ainda contou um pouco sobre o desafio de encarar o meio artístico sendo negro e nordestino. Confira os trechos abaixo:

Farol da Bahia: Poderia partilhar mais de seu trabalho em DOM?

Murilo: Sobre trabalho em DOM: Embora já tivesse feito algumas participações ou pequenos coadjuvantes performando bandidos e personagens violentos ou violentados, compor um personagem assim no tamanho e qualidade de um vilão foi um grande desafio. Sobretudo pelo tom de majestade e carisma que Breno Silveira pedia que estivesse sempre presente nele. Era uma eterna dicotomia entre ser soturno, capaz de qualquer perversidade, mas sem deixar de ter um sol no sorriso, algo que justificasse o poder. Talvez isso permitiu a criação do eterno estado de imprevisibilidade do personagem, estado que ganha muita força tendo como contraponto Gabriel Leone, protagonista anti-herói da série, um dos melhores atores brasileiros da minha geração, na minha opinião.

Farol da Bahia: Você é baiano, mas mora no Rio por conta da carreira. Do que sente falta de “casa”

Murilo: Sinto muita falta de Stella Mares, onde cresci e morei a maior parte da minha vida. Sinto saudade do cheiro do mar de lá, das ruas, de tudo. Mas já se vão oito anos longe de casa, então me acostumei a viver longe. Outra coisa que sinto falta é do sorriso das pessoas de Salvador, é um calor diferente. Rodar a trabalho pelo Brasil tem disso: você percebe que seu povo é único.

Farol da Bahia: Como foi conquistar o mercado artístico saindo da Bahia, sendo negro e nordestino?

Murilo: Não sei se conquistei o mercado artístico, não (risos). Acredito que esteja no caminho. Essa vida de ator é uma roleta, se manter no jogo não é fácil, sendo preto e nordestino, menos ainda. Nada está garantido, sobretudo para nós, pretos, que temos que aproveitar todas as chances e fazer delas o maior êxito possível. O racismo está em todas as esferas e opera das mais diversas formas, muitos de nós não temos direito à segunda chance ou repetição. Então trabalhamos nesse processo de aprimorar-se para, quando a oportunidade chegar, dar tudo de melhor que temos. Quanto a ser nordestino, é isso: as narrativas ainda são predominantemente sudestinas, e mesmo quando se fala de norte, nordeste e centro-oeste, o que se vê são artistas do eixo Rio-São - Paulo (e Minas) dando voz ao resto do Brasil, seja porque assim quer o mercado, seja porque esse mercado precisa de estrelas e as estrelas ainda são em sua maioria desse eixo. De modo que, embora hoje se tenha muitas oportunidades para pretos e nordestinos em narrativas mais diversificadas, a realidade no streaming, na tv e no cinema, ainda é branca e sudestina. Portanto, ainda me vejo como exceção no mercado, sendo preto e sobretudo, sendo preto nordestino que faz personagens diversos, onde sabemos que, quando se entra, muitas vezes se fica preso a determinado estereótipo de narrativa ou personagem.

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